No único país do mundo onde há carreatas contra o isolamento social; no único país do mundo onde o principal líder político passeia pelas ruas sem máscara, causa aglomeração e indica medicamento sem comprovação científica; no único país do mundo onde a mais importante autoridade da área de saúde é desautorizada pelo presidente da República, alguma coisa está mesmo fora da ordem.
Talvez Jair Bolsonaro esteja certinho e errados estariam todos os líderes dos países europeus, somados ao dos EUA, da China, Argentina, entre tantos outros. Mas se não estiver, o presidente brasileiro merece um estudo especial sobre sanidade mental, competência, capacidade de liderança.
Aos poucos, mas mais cedo do que o esperado, ele vem perdendo apoio. Extremistas, gente intolerante ou sem visão de mundo solidário permanecem na cama bolsonarista. Basta um pouco de inteligência (ou não ter interesse pessoal no governo) pra abandonar esse barco furado.
Quem já pulou fora foi a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP). Em entrevista à Folha ela diz que "Bolsonaro tem comportamentos infantis e irresponsáveis e que a atual crise da Covid-19 mostra que ele “não tem grandeza para presidir”.
Mais grave ainda é que já há quem trate Jair Bolsonaro como louco. Merval Pereira, colunista do Globo e membro da Academia Brasileira de Letras, diz que não é a primeira vez que um louco governa o Brasil: "Já tivemos presidentes considerados loucos. Um tinha olhar de doido, outro se comportava como tal. Mas Delfim Moreira, presidente entre 1918 e 1919, foi o único até agora a ser clinicamente considerado louco. Vice na chapa de Rodrigues Alves, Delfim Moreira assumiu a presidência por causa de sua morte, que teria sido vítima da gripe Espanhola. Mas a loucura de Delfim Moreira era mansa".
Mas um presidente que luta e age contra as determinações do seu próprio governo, tornadas públicas através do seu minsitro da Saúde, que segue protocolos da Organziação Mundial da Saude, só pode ser um louco brabo, perigoso, violento.
Nesses tempos de pandemia causada pelo coronavírus, um presidente com tal tipo de doença dirigindo uma nação é como um bombeiro guiar seus companheiros para enfrentar um incêncio sem se dar conta que carrega nos ombros gasolina e dinamite.
Ou loucos são todos aqueles que discordam das atitudes insanas de Jair Bolsonaro no combate ao coronavírus?