Ele me conta em uma linguaguem própria que quando precisa ir à rua, não usa máscara.
Para o menino cobrir o rosto é sempre motivo de medo, pela repressão constante e o genocídio naturalizado e ignorado.
Geografia da violência.
Fala que sofreu um baculejo da polícia, na Rua Fechada,no bairro nobre da Ponta Verde, em Maceió,AL, só porque ser preto é motivo de suspeição, imagina de máscara!
É preto,periférico e leitor do mundo. Tem 15 anos.
Fala dos abismos estruturais que existem para jovens pretos, principalmente , do imaginário social que pensa todo preto como bandido, e isso com a cumplicidade e omissão do estado.
Reafirma que o estado o vê como inimigo.
E afirma que o uso da máscara o deixa nu diante do racismo e, não usar é questão de sobrevivência.
Pergunto sobre o vírus, ele dá de ombro e segue...
Faz tempo que o menino convive com o vírus do racismo, que mata

Raízes da África