O esquema de corrupção é aquele básico dentro do mundo político: uma empresa (ou empresas, consórcio) paga propina para receber benefícios do governo. O dinheiro serve para financiar campanhas eleitorais e também para enriquecimento individual, claro.
Foi exatamente o que revelou o acordo firmado entre a concessionária Ecovias e o Ministério Público do Estado de São Paulo. A tramoia ocorreu desde 1998 nos governos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB. Esse acerto entre opoder público e o setor privado, do ponto de vista jurídico, teve como base a nova lei Anticrime aprovada no ano pasado.
A Ecovias terá que pagar ao Estado R$ 650 milhões. Desse total, R$ 36 milhões serão usados para custear UTIs para pacientes com covid-19 e testes da doença; e R$ 150 milhões deverão ser usados para bancar uma redução de 10% no valor da tarifa do pedágio da Ecovias entre 21h e 5h.
Por coincidência (feliz?), os ex-governadores paulistas disputaram eleiçoes presidenciais mas foram todos derrotados. Morto em 2001, em 1989 Mário Covas tentou o mandato. José Serra em 2002 e 2010, e Geraldo Alckmin em 2006 e 2018.
Vamos ver se agora, após firmado e tornado público o acordo, o senador José Serra e o ex-governador Geraldo Alckmin serão 'importunados' pelo MP paulista.