Já faz alguns dias que boa parte da classe política não dorme, desde a prisão de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, e a apreensão do seu celular.

18 entes federativos - entre estados e municípios - usaram regimes de previdência próprios e fizeram aportes em letras financeiras emitidas pelo Master, liquidado pelo Banco Central.

Maceió está nessa lista tendo investido R$ 97 milhões. Bancos estatais como o de Brasília e o da Amazônia também fizeram negócios.  

A suspeita que ronda todos os casos é a de que algumas negociações possam ter sido influenciadas por articulações políticas, já que aportes contribuíram para acelerar o crescimento do banco.

Nomes de peso do centrão, como o senador Ciro Nogueira (PP-PI), além de deputados federais, governadores e prefeitos surgem nas conversas de bastidores.

A sensação é de que a qualquer momento, sem aviso prévio, uma nova operação pode bater à porta de alguém, aqui ou alhures, com potencial para encerrar projetos de reeleição ou de eleição para um novo cargo em 2026.

Porque todos sabem onde a crise começou, mas não sabem onde as investigações vão parar.

Tic-tac, tic-tac, tic...

Veja abaixo levantamento do Estadão sobre os investidores com exposição a títulos do Master:  

Maceió: R$ 97 milhões

Rioprevidência: R$ 970 milhões

Amprev: R$ 400 milhões

Prefeitura de São Roque (fundo de pensão): R$ 93,15 milhões

Cajamar (fundo de pensão): R$ 87 milhões

Itaguaí (RJ): R$ 59,6 milhões

Amazonprev (AM): R$ 50 milhões

Aparecida de Goiânia (GO): R$ 40 milhões

Araras (SP): R$ 29 milhões

Congonhas (MG): R$ 14 milhões

Santo Antônio da Posse (SP): R$ 7 milhões

Campo Grande (MS): R$ 1,2 milhão

Angélica (MS): R$ 2 milhões

Fátima do Sul (MS): R$ 7 milhões

Jateí (MS): R$ 2,5 milhões

Paulista (PE): R$ 3 milhões

São Gabriel do Oeste (MS): R$ 3 milhões

Santa Rita d’Oeste: R$ 2 milhões