Acusado de ter assassinado Edler Lira da Silva Santos, gerente de um posto de combustíveis localizado na rodovia AL-110, no munícipio de Coité do Nóia, vai a júri nesta quinta-feira (06) após 12 anos do acontecimento do crime. O caso ocorreu em 18 de junho de 2008, quando dois homens chegaram em uma motocicleta e efetuaram disparos de arma de fogo contra a vítima, por volta das 7h30.
Jadielson dos Santos Nunes, ex-policial civil, será julgado no Fórum Desembargador João Oliveira Silva, em Arapiraca, Agreste alagoano. Desde o ocorrido, familiares vivem a expectativa de que a justiça, que tanto almejam, seja feita. Na manhã desta quinta-feira (06)), familiares usaram faixas em frente ao Fórum pedindo justiça.
“Após todo esse tempo, o que nós familiares queremos é justiça. Que ele seja condenado e pague pelo crime cometido. A vida do Edler não voltará, mas teremos o alívio de ver que a Justiça foi feita”, desabafou a esposa de Edler, Karine Christiane da Silva.
Entenda o caso:
A viúva conta que o crime aconteceu por um motivo banal, após uma discussão entre Edler e o homem acusado de ser o mandante do crime, Antônio Ananias dos Santos, ocorrida cerca de 10 anos antes do crime.
Segundo Karine, Edler havia emprestado uma motocicleta para o cunhado de Ananias, que danificou o veículo. Ao cobrar do rapaz, a quem tinha emprestado, o reparo do veículo, Ananias se intrometeu no assunto, discutiu e foi até a casa de Edler, onde o ameaçou, inclusive com uma arma de fogo. A polícia foi acionada e Ananias foi preso, mas foi solto no dia seguinte.
De acordo com as investigações os acusados chegaram no posto, em uma motocicleta. Ananias desceu do veículo e efetua disparos contra Elder, enquanto Jadielson apontava uma arma para o frentista. Em seguida, Ananias voltou para o veículo e Jadielson teria efetuado mais disparos contra Elder, que já estava ferido no chão.
Karine conta que desde a morte de Edler, a família inteira tem sofrido com sua ausência e com a impunidade. A irmã e mãe do marido tiverem problemas de saúde agravados com tudo o que aconteceu. Toda a família viveu dia de angústia e se sentia perseguida.
Ainda segundo Karine, certa vez, as irmãs de Edler cruzaram com um dos acusados no Centro de Arapiraca, chegaram em casa assustadas e o pai, ao saber, sofreu um infarto e faleceu em decorrência do mesmo.
Os acusados ainda chegaram a ser presos e, em outubro de 2013, um julagamento que aconteceria em Limoeiro de Anadia foi adiado, pela "possibilidade de parcialidade dos jurados convocados". O pedido de desaforamento foi encaminhado ao Tribunal de Justiça. Jadielson e Antônio Ananias foram postos em liberdade algum tempo depois.
“Na época toda a família se sentiu arrasada, porque tinha a filmagem, tinham todas as provas anexas. Ficamos indignados, tristes e amargurados”, lembra a viúva de Edler.
Em junho de 2019, Antônio Ananias morreu, em confronto com a polícia, durante uma perseguição a um grupo suspeito de assalto a um correspondente bancário, em Pindorama, Coruripe, município do interior alagoano.
Edler Lira deixou três filhos, dois do casamento com Karine, Evelyn Maria e Edler Lira Filho, e um outro de um relacionamento anterior, Fabiano Lira. Karina diz que, com o julgamento de Jadielson, na próxima quinta-feira, a família espera e acredita na Justiça.
"Se estivesse vivo, hoje Edler seria avô especial e isso foi tirado do meu neto. Nossa família quer apenas que o acusado seja punido para que tenhamos paz interior. Tallvez com a justiça feita a gente tenha um pouco de paz. Que todos os fatos sejam bem analisados. A gente acredita na Justiça, sabe o quanto ela é responsável. Acreditamos que o júri dará sentença certa para um crime tão covarde. Queremos que a justiça seja feita”, ressaltou Karine.