Encontrei-o em uma manhã do sábado na saída do supermercado, em Jatiúca, bairro de Maceió.
Ele trazia consigo uma carga bem grande de inquietações, e me interpelou numa conversa cheia de perguntas, um tanto invasivas, sobre amores e relacionamentos.
Sentia-se lesado por um suposto descaso da outra pessoa e colhia palavras para recompor histórias. Me perguntou sobre o amor. Falei de caminhos e desafios, a partir das palavras que chegavam num estalo de vivências, e ele, para não perder o fio da conversa colocou o celular como o terceiro ouvinte. Foi um "aconselhamento" com ajuda tecnológica. Falei com a alma exposta e emocionado perguntou para a pessoa -participante ao celular:- Você ouviu, o que ela disse?
Ela, era eu.
Finalizamos o diálogo " a três" , ele seguiu seu caminho com o celular ao alcance do coração, e eu fiquei extremamente feliz e agradecida ao Universo, por ter ajudado.
Na segunda-feira reencontrei-o, cheio de entusiasmo:- "Obrigada, você me ajudou bastante. Muito mesmo!"
Perguntei se poderia registrá-lo em foto,deu o consentimento e acrescentou: "e pode dizer meu nome: É Domingos! "
No sábado discutíamos sobre amor, como partilha, e na segunda-feira, ao reencontrá-lo, ele estava todo vestido de amarelo, coroado de contentamentos.
Felicidades, Domingos!

Raízes da África