A mãe do menino Danilo Almeida, encontrado morto no dia 12 de outubro, no bairro do Clima Bom, Darcinéia Almeida, compareceu nesta quinta-feira (14) na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de forma espontânea, para denunciar atitudes do seu companheiro, padrasto do menino, José Roberto Morais, que está preso acusado de agressão, cárcere privado, estupro de vulnerável e tentativa de homicídio, contra uma ex-companheira e a filha dela, de 10 anos de idade, na cidade de Arapiraca.
A polícia Civil, através da comissão dos delegados Bruno Emílio, Eduardo Mero e Fabio Costa, divulgou os relatos de violência doméstica, narrados por Darcinéia, praticados pelo padrasto de Danilo, nesta sexta-feira (15). Na delegacia, a mãe de Danilo confessou que José Roberto tinha um comportamento violento e que só não falou antes porque ela e os filhos corriam risco.
Segundo Darcinéia, José Roberto era controlador, agressivo e que já teria agredido ela e seus filhos gêmeos, Daniel e Danilo. Ela relatou que, por ciúmes, o companheiro não a deixava ter qualquer tipo de proximidade com familiares, amigos e vizinhos.
Segundo os detalhes do depoimento, divulgados pela PC, a mãe de Danilo contou que antes de se relacionar com José Roberto, tinha uma vida normal e saía de casa inclusive para trabalhar. No entanto, Darcinéia contou que desde que iniciou o relacionamento com o padrasto dos filhos começou a presentar um quadro de depressão, principalmente quando passou a receber ameaças do companheiro que dizia que poderia fazer uma “besteira”, com ela a qualquer momento.
Ainda em depoimento, Darcinéia expôs que sofreu constrangimentos de forma frequente, em via pública, quando José Roberto que ela era uma péssima esposa. Ela também relatou que era comum ele jogar a comida da família no chão durante uma briga e que certo dia teve que correr para pedir ajuda na casa de uma vizinha.
Segundo Darcinéia, houve uma vez em que José Roberto pegou uma foice e tentou matar o pai de uma filha de Dacineia fruto de um relacionamento anterior. Ela contou também que era impedida de usar celular e as redes sociais. Explicou que após a morte de Danilo, ela era sedada por medicamentos de uso controlado fornecido por Roberto e que só parou de usar após sua prisão. Darcinéia ressaltou que se sentido bem melhor após a suspensão do uso de tais drogas, recuperando a consciência, a memória e que inclusive voltou a ter convivência familiar e percebeu que seus filhos estão se sentindo mais felizes.
No depoimento, Dacineia informou que ouviu de familiares outras agressões contra mulheres cometidas por José Roberto, em uma delas uma vítima grávida teria abortado após ser empurrada de uma escada. Ela também relevou a polícia outros pontos importantes relacionados ao dia da morte de Danilo, que podem ajudar ainda mais no apontamento da autoria desse crime.
A polícia Civil, através da comissão dos delegados Bruno Emílio, Eduardo Melro e Fabio Costa, divulgou os relatos de violência doméstica praticados pelo padrasto de Danilo, nesta sexta-feira (15). Após a aparição de José Roberto em algumas entrevistas recentes acerca do assassinato do seu enteado, diversas denúncias de fatos violentos têm surgido contra ele. Duas delas já foram confirmadas.
A primeira diz respeito à prática de crimes de tentativa de homicídio, lesão corporal, estupro de vulnerável, sequestro e cárcere privado contra uma ex-companheira e sua filha de apenas 10 anos de idade. A segunda refere-se a um processo criminal em que José Roberto respondeu por agredir outra ex-companheira com diversos socos, inclusive em sua boca. Nessa última ocasião, ele não foi preso porque fugiu antes da chegada da polícia militar.
José Roberto foi preso no dia 7 de novembro por suspeitas de crime contra a ex-mulher e a enteada, quando morava em Arapiraca, entre os anos de 2009 e 2010. Seus advogados entram com pedido de revogação de prisão, mas Justiça negou e ele permanece detido.
Danilo Almeida, 7 anos, foi encontrado morto no bairro do Clima bom, no dia 12 de outubro. Ele desapareceu, na sexta-feira (11/10), quando estava indo com o irmão gêmeo, ao encontro do padrasto, em uma oficina localizada próximo a residência da família. Segundo o irmão, Danilo foi levado por uma mulher de cabelo verde.
A mãe e o padrasto de Danilo chegaram a denunciar que foram vítimas de tortura psicológica pelos delegados.
A polícia segue investigando a morte do menino, que ainda não foi esclarecida.