Combativo e transparente em suas opiniões e posicionamentos desde sempre, o advogado alagoano Adriano Argolo alimenta quase diariamente dezenas de pessoas com quem mantém contato via redes sociais sobre temas que misturam história e política.

Críticas e questionamentos feitos – inclusive jurídicos e policiais - ao presidente Jair Bolsonaro, a membros do Judiciário, entre outros, também são dirigidos a “setores liberais de esquerda e certas intelectualidades progressistas”, diz ele, referindo-se as últimas crises políticas em países da América do Sul.

“quais revoluções essa esquerda liberal e esses intelectuais oportunistas apoiariam?”, questiona Adriano Argolo.

Leia abaixo o artigo na íntegra:

“Quando vejo setores liberais de esquerda e certas intelectualidades progressistas com dificuldades em denunciar o golpe na Bolívia, sua má vontade com Evo Morales, fazendo coro com a mídia hegemônica sobre a tal eternidade no poder e suas eternas repugnâncias a Venezuela, sem o menor pudor em entender que o povo venezuelano vive uma tentativa permanente de golpe patrocinado pelos ianques, eu me pergunto: qual revolução na história esses tipos apoiariam? 

A revolução francesa tenho certeza que não, lá a guilhotina comeu no centro, a população pobre matou quase todos os juízes, destruiu a monarquia, matou o Rei e a Rainha, e a revolução seria acusada muito antes da paranoia tomar conta de Robespierre e sua guilhotina louca de ser violentamente inaceitável.

A revolução bolchevique? Essa é que os tipos não apoiariam mesmo. Imagine essa gente apoiando os líderes operários e sua revolução proletária? Pois é, não apoiariam nem sob tortura, eles diriam que o Lenin era um caudilho ditador, que Trotski era arrogante sanguinário e por aí iam solenemente pregando seu liberalismo democrático.

As revoluções na América Latina de Simon Bolívar e San Martin? De jeito nenhum, o melhor processo é o pacífico, esses violentos caudilhos latinos americanos não precisavam dessa guerra toda, bom é a transição brasileira, vejam, o próprio monarca concordou em libertar o país sem um derramamento de sangue, pregariam para os incautos e seus xeleléus de plantão.

A revolução cubana? Nem de longe, Fidel é a reencarnação da ousadia que tanto incomoda esses intelectuais, imagine um líder relegar os intelectuais numa revolução e dar protagonismo ao homem comum, do povo, Batista era um ditador, mas a transição teria que ser mais pacífica, sem paredon, e como hj, abandonariam o povo cubano.

Revolução Iraniana? Vc tá louco, esses muçulmanos são assassinos, selvagens, não querem implantar a nossa maravilhosa democracia ocidental, são antidemocratas, terroristas que invadem embaixada só pq o outro país mandou umas tropas para melar a revolução.

Sei que as posições políticas tem que ser no caminho da paz e que as revoluções tem que ter menos erros do que os regimes que estão combatendo, mas a história é complexa, cheia de improvisações forçadas, muito mais do que certos intelectuais moralistas sabem, porém, o homem do povo, espezinhado durante sua vida, sabe de cor e salteado como é essa complexidade da vida humana e pq está tomando certas decisões.

Repito: quais revoluções essa esquerda liberal e esses intelectuais oportunistas apoiariam?”

Adriano Argolo