Novo filme da franquia "O Exterminador do Futuro" extermina o que havia de melhor em sua mitologia

04/11/2019 11:27 - Resenha100Nota
Por Bruno Omena
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Desde "O Exterminador do Futuro 2" (1991) a franquia iniciada por James Cameron tenta repetir o sucesso dos dois primeiros filmes. Porém as produções que vieram a seguir ficaram muito aquém do esperado e é praticamente unânime a baixa qualidade das sequências. Nem mesmo a recorrente presença do astro Arnold Schwarzenegger salvou o barco.

Cameron, que nunca esteve envolvido nas malfadadas continuações, recuperou o domínio da marca "O Exterminador do Futuro" e decidiu produzir mais um filme baseado em uma história própria que prometia ignorar tudo que aconteceu após os eventos do segundo longa.
Para essa missão Cameron recrutou Tim Miller (Deadpool) para a direção, David Goyer para roteirizar e Linda Hamilton para reviver Sarah Connor, mãe de John, o líder da resistência contra as máquinas no futuro apocalíptico.

O problema é que "O Exterminador do Futuro - Destino Sombrio" (2019) não é um continuação genuína do longa que marcou época em 1991. Na verdade a trama dá um belo chute em todo plot de John Connor e Skynet para contar uma nova história de olho nas tendências atuais do cinema. Se você olhar com atenção, a personagem de Sarah Connor é tão irrelevante para o desenvolvimento do enredo que se ela fosse substituída por outra não faria a menor diferença. Sua presença, infelizmente, é usada apenas para atrair os fãs mais nostálgicos.
É, de fato, uma pena que Cameron tenha optado por sepultar toda a mitologia da família Connor para investir numa heroína de apelo zero.
"Destino Sombrio" começa bem promissor com uma cena sensacional que recria digitalmente as versões jovens de Sarah, John e do Exterminador. A visão dos esqueletos de metal saindo da água com armas nas mãos ainda são impactantes. O final também não é de todo mal. A sequência de ação é bem competente. Mas, e sempre tem um "mas", o miolo do filme é cansativo, repetitivo, cheio de clichês e tem os diálogos mais preguiçosos dos últimos anos.
O roteiro é desleixado e entrega soluções pobres para questões pobres.
O elenco não chega a ter culpa. Mackenzie Davis é ótima, mas parece ter caído de paraquedas em uma história frágil. Hamilton faz apenas presença vip e Arnold tá lá para nos lembrar que a franquia perdeu o rumo de vez quando passou a utilizá-lo como chamariz decorativo para vender o filme.

As cenas de ação, ponto alto da série, também perderam o apelo diante da insistência do embate de exterminador e mocinhos (as) a cada 5 minutos.
Criatividade passou longe e não foi dessa vez que o mundo foi salvo de mais uma sequência pálida de "O Exterminador do Futuro".

5.0

*Nos Cinemas

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