Semelhante ao mercado financeiro porque projeta o futuro tendo como objetivo ganhos, o mundo e o submundo da política alagoana também fazem projeções.  Em caso de acerto a possibilidade de sobrevivência cresce bastante (mas não é apenas isso).

Por isso há quem acredite que a briga entre os dois antigos aliados, senador Fernando Collor e o governador Renan Filho – explicitada nos ataques diários de quase todos os veículos de comunicação da OAM -, é precipitada.

Aparentemente porque antecipa uma disputa ao Senado que só ocorreria em 2022: Collor para renovar o mandato, Renanzinho para ocupar um cargo de destaque após cumprir dois como governador.

Mas se você, caro leitor, entender que os ataques da OAM têm apenas um objetivo comercial – aumentar os gastos publicitários do governo na Organização – também pode estar certo. Contudo, do ponto de vista apenas político o maior prejudicado é o governador.

Apesar de ter o seu poder de influência bastante reduzido, ainda é a OAM quem consegue atingir com seus veículos de comunicação um maior público - inclusive nas redes sociais, situação que o governador Renan aparenta duvidar.

É que para aqueles que transitam no mundo e no submundo da política local, Collor, desgastado por problemas jurídico/policiais/financeiros nas empresas e na sua vida privada e sem a confiança de políticos locais por, supostamente, não ter cumprido acordos eleitorais, só teria espaço e cacife para disputar o cargo de deputado federal.

Por isso quem mais perde com essa briga pública é Renan Filho, porque tem o seu governo atacado e exposto perante a opinião pública e ainda corre o risco, por conta da pressão da mídia e da sociedade, de ter o Ministério Público em seus calcanhares (um dia, talvez, quem sabe, será?), mesmo com a excelente relação institucional, política e pessoal entre o chefe do Executivo e o do MPE.

E sempre que alguém perde, em política alguém ganha. O mundo e o submundo creem que os verdadeiros futuros adversários estão sendo preservados: O prefeito Rui Palmeira, o deputado federal JHC e o senador Rodrigo Cunha.

A crença é que o prefeito de Maceió será o candidato a senador pela oposição e o senador Cunha disputa o governo de Alagoas em 2022, desde que JHC concorra e ganhe a prefeitura da capital em 2020.

Isso é parte do que está projetado para o futuro. Porém, no mercado financeiro, bem como na política, o que é previsto não é garantia de sucesso, de certeza que vai acontecer. Mas quando acerta - ah, quando acerta tem gente que fica milionária!

Outros, no entanto, matam e até morrem por causa do resultado (aqui escrevo no sentido figurado, tá.).

Façam as suas apostas.