O Governo do Estado de Alagoas inaugurou de forma festiva, no domingo, 29/09, o  Hospital da Mulher,um empreendimento com capital humano e político muito grande. Empreendimento esse que  homenageia  a cientista renomada , pioneira no processo de humanização no tratamento mental, Nise da Silveira.
Tinha uma multidão de pessoas  acompanhando a cerimônia, segundo a organização cerca de 3 mil pessoas, mas, o  fato chamativo em nossa ótica de ativista preta foi a frente de honra da solenidade. Uma frente, cujos lugares  foram disputadíssimos  e ocupados por  um  grande número de políticos e  titulares  dos 3  poderes. A  grande maioria homens e mulheres  politicamente branc@s.
E, para  complementar  essa invisibilidade, sob a ótica de gênero e de cor, a organização da solenidade  privilegiou um  simpático menino-cantor ,  que foi muito ovacionado,  para ser o centro do palco, o  protagonista da ação, numa homenagem às mulheres.
"Nada sobre nós ,sem nós"- já diz o refrão.
É o retrato dos poderes em Alagoas, que, apesar de ter em sua história um dos maiores redutos de resistência escravocrata  do Brasil colonial, o Quilombo dos Palmares,  se aprofunda numa  substantiva hegemonia política  que desconhece  esse capítulo da história .
Uma história que só vira palanque no 20 de novembro.
Quando falei dessa invisibilidade para o senador, Renan Calheiros recebemos convite para uma conversa, mas, infelizmente , não podemos aceitar, devido a uma agenda,previamente marcada.
Alagoas é um estado com quase 3,5 milhões de habitantes e mais da metade dos habitantes  se declaram não brancos e porque então, nós  pret@s continuamos invisíveis, nos espaços do poder?
Dou um doce para quem responder.