Desde que foi eleito presidente Jair Bolsonaro crê que o Brasil é evangélico, conservador de extrema-direita e que enfrenta o perigo do comunismo e do marxismo cultural.
Pura fantasia, total delírio, valentia que não assusta como ficou evidenciado em seu discurso na ONU, nesta terça-feira (24).
Enquanto isso, aqui no Brasil, o Congresso Nacional antecipou a pauta – prevista para outubro - e derrubou ontem a maior parte dos vetos do presidente ao projeto sobre abuso de autoridade.
Essa reação de senadores e deputados foi uma resposta ao governo. Mas principalmente ao Judiciário após o ministro do STF Luís Roberto Barroso, monocraticamente e contra um parecer do MPF, ter autorizado operação da PF de busca e apreensão nos gabinetes do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e do seu filho, deputado Fernando Bezerra Filho (DEM-PE).
E a reação aos excessos do Judiciário promete ser ainda maior. Além da ideia de um grupo de senadores de definir um prazo para o exercício do cargo de ministro (leia aqui), o Senado já analisa proposta que toma do Judiciário e do MPF a competência de disporem sobre os seus regimes jurídicos.
Caso haja aprovação, aos representantes do povo - deputados e senadores - caberia definir a manutenção ou não de privilégios, como 60 dias de férias e aquele monte de auxílios salarias (moradia, alimentação,entre outros) que, em muitos casos, mais que duplicam os vencimentos de juízes e membros dos MPs.
Enfim, o medo (daqueles que temem e devem) dos excessos e dos abusos de juízes e promotores poderá fazer com que o Congresso atue, justamente, contra regalias e pagamentos extras de servidores públicos extremamente privilegiados.