Lula livre, Sérgio Moro dentro ou fora do governo federal, situação da gestão do presidente Jair Bolsonaro e para onde vão os políticos insatisfeitos com o PSL são fatores que terão forte influência nas definições das candidaturas em todo o país, inclusive em Maceió, em 2020.

É que os entendimentos políticos sobre escolhas de candidatos a prefeito, vice e a vereador dependerão de alguns dos pontos acima.

Ou alguém duvida que o ex-presidente Lula livre e apoiando presencialmente (ou na propaganda eleitoral) os seus candidatos com o discurso de preso político e dos bons governos petistas não terá forte impacto na eleição?

Ou ainda, que a permanecer o fraco desempenho político, econômico e comportamental do governo do presidente Jair Bolsonaro e dos seus filhos, essa turma de extrema-direita terá um desempenho eleitoral menor?

Tem ainda a possibilidade de vários políticos de destaque recém-eleitos com discurso forte contra a corrupção migrarem do PSL. Caso da senadora juíza Selma (MT) que, insatisfeita com a pressão do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) para que ela retirasse o seu apoio a CPI da Lava Toga, deixou a sigla e está sendo desejada pelo Podemos.

Assim como no caso da senadora, o Podemos também quer o senador Major Olímpio (PSL-SP), apoiador da CPI da Lava Toga. O PRTB do vice-presidente Hamilton Mourão também ambiciona os insatisfeitos do PSL.

Mas o mais desejado de quase todos os partidos dessecampo é o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sérgio Moro, caso deixe o governo, para concorrer à Presidência em 2022, sonho de consumo do Podemos assumido pela presidente do partido, deputada Renata Abreu (SP).

Enquanto esse amplo círculo de possibilidades não estiver delineado entre os diversos partidos, atores, detentores de campos e de discursos ideológicos, o arco de alianças ficará indefinido.

Qual será o posicionamento do PSB caso Lula fique livre? O partido de JHC receberá o apoio do PT em Alagoas, ou vice-versa? E como ficará o MDB dos Renans?

E o PDT de Ronaldo Lessa e do ex-presidenciável Ciro Gomes qual leitura fará do quadro? Será que vai participar, e de que forma, da frente de esquerda que, inclusive, pode ter o PSDB?

Ah, e o PSDB de Rodrigo Cunha e Rui Palmeira como se posicionará diante das discussões da criação da frente de esquerda? (Vale também recordar que o governador de São Paulo, João Doria, hoje chefão dos tucanos, quer muito o Sérgio Moro no seu partido).

Sem dúvida, a presença – imaginária neste momento – do ex-juiz em qualquer sigla carrega um importante significado para um determinado e grande eleitorado de centro, de direita e até de extrema direita.

Portanto, o que está em jogo, na verdade, é o resultado das eleições municipais nas grandes cidades e capitais porque serão - talvez como nunca - fundamentais para a disputa seguinte, a presidencial em 2022, alem de ainda carregar consigo a disputa para os governos estaduais e uma vaga para o Senado.

Esse é o jogo jogado hoje.