Rita Borret,  presidente da Associação de Medicina da Família e Comunidade do Rio de Janeiro , coordenadora do Grupo de Trabalho de Saúde da População Negra e quex-coordenadora do estudo do Ministério da Saúde responde:
"Nossa sociedade de maneira geral vem sofrendo uma grande crise econômica, que faz com que as pessoas, especialmente das classes mais marginalizadas, fiquem com uma condição de vida mais difícil.
Não dá para desatrelar a situação econômica da situação política que vivemos. Há sempre a expectativa de que algo vai mudar, vai piorar. Vivemos um momento em que as garantias não estão dadas, não se consegue projetar nada no longo prazo.
Surgem questões como “será que vou conseguir manter o trabalho?”, “vou conseguir terminar de estudar?”. Essa situação constante potencializa o sofrimento.
Com o rumo político, um político de extrema direita no poder que diz com tranquilidade que a democracia racial existe no Brasil, a questão do racismo está se acentuando. Mais gente está demonstrando o racismo, o que é exacerbado pelo avanço do movimento negro trazendo algumas pautas. As pessoas estão mais inseguras.
Tem outro fator que é a facilidade de veiculação de imagens nas redes sociais. Aquilo que é considerado bonito, o padrão de felicidade, circula de forma muito fácil. Perceber-se fora daquele padrão de imagem e não conseguir viver aquilo faz com que o sofrimento seja maior."

Fonte: https://outraspalavras.net/outrasmidias/o-racismo-tem-cor-e-cara/