Jó repudia ataques a Brigitte Macron e Michelle Bachelet: “Normalização da falta de respeito”

06/09/2019 15:02 - Vanessa Alencar
Por Vanessa Alencar
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Durante o lançamento da Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa, na manhã desta sexta-feira (6), a deputada Jó Pereira - autora do projeto de resolução que criou o órgão - repudiou os ataques recentes sofridos pela primeira-dama da França, Brigitte Macron, e pela ex-presidente do Chile e alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, lembrando que os episódios são exemplos do machismo do qual as mulheres ainda são vítimas.

“... Ao ser incisivo em suas colocações e ao ter resposta da nação brasileira defendendo a sua soberania, o atacado não foi o presidente da França, Emmanuel Macron, foi a mulher dele... Uma mulher que foi considerada publicamente, nas redes sociais, feia e isso foi repetido, isso foi afirmado veementemente ontem aqui em Fortaleza, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em um evento onde todos riam, alguns aplaudiam... Isso é a normalização da falta de educação, da falta de respeito, do preconceito e da discriminação com nós mulheres”, disse a parlamentar.

Jó lembrou ainda o ataque sofrido pela ex-presidente chilena, quando o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse que se o ditador Augusto Pinochet não tivesse derrotado a esquerda em 1973, entre eles o pai da comissária, brigadeiro Alberto Bachelet (morto durante a ditadura), hoje o Chile seria uma Cuba.

“Recentemente outra mulher também foi atingida pelo nosso presidente e isso me deixa muito triste enquanto mulher. Bachelet, que foi ex-presidente do Chile e hoje é alta comissária da Organização das Nações Unidas, foi duramente criticada pelo simples fato de identificar uma redução no avanço dos direitos humanos no Brasil”, pontuou.

“Será que nós, mulheres, ao exercermos cargos públicos, vamos ser duramente criticadas porque somos feias ou bonitas, altas ou baixas, loiras ou morenas, jovens ou idosas? Não são essas características que identificam uma pessoa ao exercer um cargo público. Porque, ao criticarmos um gestor, um homem, nós o fazemos pela sua competência, pelo seu posicionamento político, pelas suas ideias e é assim que nós mulheres queremos ser vistas... Pelas nossas ideias, pelo que nós defendemos e pelo que nós atuamos. É nesse cenário que nós criamos hoje a Procuradoria Especial da Mulher”, completou Jó.

Recado dado.

Mais claro, impossível.

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