Especial Quentin Tarantino: Diretor volta ao Western no vagaroso "Os Oito Odiados"

22/07/2019 12:28 - Resenha100Nota
Por Bruno Omena
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Finalmente chegamos à última resenha do Especial Quentin Tarantino, antes da estreia do novo filme do diretor, "Era Uma Vez Em Hollywood" (2019), que tem data marcada para o dia 15 de Agosto.

A bola da vez é "Os Oito Odiados" (2015), um faroeste claustrofóbico que segue o clima misterioso de filmes como "O Enigma de Outro Mundo" (1982), de John Carpenter. 
Na trama caçadores de recompensa, criminosos, um xerife e outro punhado de estranhos buscam abrigo em uma casa em meio a nevasca. O clima hostil acirra os ânimos e sobressai as desconfianças de que alguém pode estar escondendo o jogo.

A segunda passagem de Tarantino pelo gênero Western, após o sucesso de "Django Livre" (2012), quase não aconteceu Pelo vazamento do roteiro. O diretor, revoltado com a situação cogitou cancelar definitivamente o longa, mas voltou atrás da decisão.
Para esse projeto, Quentin retomou velhas parcerias com Michael Madsen e Tim Roth, vistos em "Cães de Aluguel" (1992), trouxe de volta Kurt Russel, protagonista da referência "O Enigma de Outro Mundo", e Samuel L. Jackson. Entretanto, um dos grandes destaques do elenco é a desbocada criminosa interpretada por Jennifer Jason Leigh. A atriz rouba a cena e mostra a injustiça da indústria ao deixá-la tanto tempo no esquecimento.

Para compor a trilha sonora Tarantino realizou o sonho de trabalhar com o compositor Ennio Morricone. O italiano ganhou fama pela dobradinha com o diretor Sergio Leone e seus faroestes espaguete.

Com quase três horas de duração "Os Oito Odiados" tem um ritmo lento, muita conversa e pouca ação. Isso com certeza degradou boa parte do público que se acostumou com a energia pulsante de "Pulp Fiction", "Kill Bill", "Bastardos Inglórios" e "Django Livre".
Confesso que achei o filme cansativo e pouco inspirado. A opção por um longa mais enxuto e objetivo teria feito bem a produção, que poderia facilmente ter deixado meia hora na sala de edição.
Quando finalmente o enredo chega ao seu clímax o espectador já está cansado pela conversa sem fim dos personagens. 
Para ser justo, registro meus elogios para os quesitos técnicos que nos deram belas imagens. O capricho da direção de arte salta aos olhos, mas no geral é um dos trabalhos de Tarantino que menos me agrada.
Não chego a odiá-lo, porém o amor passou longe!

6.5

*Disponível na Netflix

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