"Homem-Aranha: Longe Casa" chega aos cinemas projetando o reinício do Universo Marvel, agora sob a batuta do amigão da vizinhança

12/07/2019 11:48 - Resenha100Nota
Por Bruno Omena
Image

É inegável, que após a despedida dos dois grandes nomes da Casa das Ideias, Tony Stark e Steve Rogers, a Marvel Studios precisaria encontrar um substituto à altura pra comandar as próximas fases e o futuro dos heróis. 
Diante da popularidade do Homem-Aranha e dos caminhos que "Homem-Aranha: Longe de Casa" (2019) tomam, ficou claro que o jovem Peter Parker foi o escolhido.

No segundo filme do teioso, fruto da parceria Disney/Sony, acompanhamos os desdobramentos do "Blip", nome dado para o retorno daqueles que haviam desaparecido com o estalo de Thanos em Guerra Infinita (2018), enquanto Peter tenta seguir a vida normal no colégio e lidar com a lacuna deixada pelo seu mentor, Tony Stark.
Durante uma viagem escolar para a Europa, Parker é recrutado por Nick Fury para ajudar Quentin Beck, o Mysterio, a conter os Elementais, criaturas vindo de um multiverso.
Reticente, Peter refuta o peso de manter o legado do Homem de Ferro, por não se achar a pessoa certa para a missão e encontra-se mais do que nunca dividido entre combater ameaças e viver os pequenos dramas de um adolescente.

A direção do longa, novamente à cargo de Jon Watts, nos proporciona uma aventura declaradamente ligada a comédia, com suaves doses de emoção.
O vilão, encarnado por Jake Gyllenhaal, é um dos pontos fortes e suas sequências de ilusões são sensacionais e já valem o ingresso.
Watts procura explorar o romance de Peter e MJ (Zendaya), que funciona, é bonitinho, mas continuo sentindo a desconexão com personagens estabelecidos por décadas no imaginário popular.
Talvez essa seja a questão que mais me desaponta na nova versão do Homem-Aranha nos cinemas. Apesar da Marvel Estúdios gozar de créditos pelo bem sucedido universo que criou, acredito que essa suposta carta branca dada pelo público gerou certa confiança em promover mudanças que, ao meu ver, nem sempre acrescentam ou logram êxito no resultado final.
Me diverti bastante no longa anterior "De Volta ao Lar" (2017) e "Longe de Casa" tem seus acertos, apesar de considerá-lo mediano, porém percebo que o herói se afasta cada vez mais da figura que conheci. 
Peter é infantilizado, recebe esporro de todos os adultos à sua volta e é demasiadamente dependente de pessoas que lhe digam o que fazer. A identidade secreta, tão vital na mitologia do personagem e justificada por ser um herói de recursos limitados para proteger amigos e família, que ficariam expostos aos seus inimigos se soubessem do rosto por trás da máscara, foi simplesmente escanteada como de costume no Universo Cinematográfico Marvel. A cena pós crédito foi o último prego desse caixão.

Dessa forma minha crítica é extremamente pessoal, então pode ser que o filme e as mudanças funcionem perfeitamente para você, mas para mim o Homem-Aranha não está apenas longe de casa, ele está longe de sua essência.

7.5

*Disponível nos Cinemas 

Instagram para Contato: resenha100nota

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..