Especial Quentin Tarantino: Um vilão memorável rouba a cena em "Bastardos Inglórios"

08/07/2019 19:20 - Resenha100Nota
Por Bruno Omena
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Há um certo tempo Tarantino manifestava o desejo que fazer um filme de guerra, inspirado em longas como "Os 12 Condenados", que traria uma reimaginação da Segunda Guerra Mundial onde um grupo de judeus americanos seria designado para matar Adolf Hitler, dando outro rumo ao conflito histórico.

Desse mote nasceu "Bastardos Inglórios" (2009), um dos filmes mais bem sucedidos e elogiados da carreira de Quentin Tarantino. 
O longa inicia com uma sequência poderosa que apresenta o já icônico vilão Hans Landa, que rendeu o primeiro Oscar de Christoph Waltz. Landa, um oficial do alto escalão nazista é especialista em capturar judeus, vai a uma pequena fazenda em busca de foragidos. Toda sequência é uma aula de criação de suspense que explode em um massacre e na corrida pela vida da judia Shosanna, escapando do final trágico para posteriormente planejar sua vingança.
Anos depois, o destino bate a sua porta quando oficiais alemães escolhem o cinema de sua propriedade para o lançamento de um filme para promoção da campanha germânica na Guerra. O evento contará com a presença dos principais nomes do governo, inclusive seu líder, Hitler.
Enquanto isso, a missão liderada pelo Tenente Aldo Raine (Brad Pitt) vai deixando rastros de sangue ariano à medida que se aproxima da execução da tarefa de matar o grande ditador.

O diretor, famoso por escolher bem o elenco, acertou mais uma vez e trouxe Michael Fassbender, Mike Myers, Daniel Brühl, Mélaine Laurent, Diane Kruger, Eli Roth, o já citado Christoph Waltz e Brad Pitt, em uma das melhores atuações de sua carreira. Apesar da heroína improvável Shosanna e do inspirado Tenente Raine, é o vilão Hans Landa quem rouba a cena com o típico antagonista que amamos odiar. Cruel e sarcástico, o caçador de judeus desempenha seu ofício com muito prazer e nenhum remorso. Suas cenas envolvem uma preparação de terror psicológico e intimidação velada pela falsa simpatia que denota a confiança esnobe no êxito em exterminar os inimigos do Estado. Ele sabe que é o melhor naquilo que faz e nós, do lado de cá, ganhamos uma figura já eternizada no cinema.
Provavelmente "Bastardos Inglórios" é um dos filmes mais acessíveis de Tarantino. A história segue uma linha narrativa mais linear, bem diferente dos outros trabalhos de Quentin, que frequentemente opta por uma edição que joga com as perspectivas dos personagens sobre uma mesma cena.
A produção é caprichada, o roteiro bem encaixado e a direção tira o melhor da equipe de atores. O resultado fez de "Bastardos Inglórios" a segunda maior bilheteria da filmografia de Tarantino e um dos melhores de seu portfólio cinematográfico.

8.5

*Disponível na Netflix

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