Em apoio a greve dos jornalistas, discurso de Julio Cezar não condiz com a prática

26/06/2019 06:46 - Roberto Gonçalves
Por Roberto Gonçalves com Tribuna do Sertão
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O prefeito de Palmeira dos Índios, Júlio Cezar saiu em defesa dos jornalistas que entraram em greve por tempo indeterminado nesta terça-feira (25), contra a redução do piso salarial em 40% proposto pelas empresas de televisão do Estado de Alagoas.

Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, Júlio que também é jornalista, disse que reduzir salários é retrocesso e perda das conquistas da categoria. Solidário, ele fez questão de deixar de público o apoio aos companheiros de profissão.

“Reduzir salários é retrocesso e perda dos diretos das conquistas que vocês tem empreendido ao longo da carreira. Eu estou prefeito de Palmeira dos Índios, mas sou jornalista por formação e por convicção. Quero tornar público o apoio do jornalista Júlio Cezar, a esta luta de vocês. Esta luta também é compartilhada por todos aqueles que sabem a importância da profissão do jornalista para a sociedade”, destacou.

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Discurso difere da prática

Julio Cezar que está prefeito e é jornalista por formação tem um discurso que difere da prática. Seu vídeo distribuído no final da noite nas redes sociais causou náuseas em jornalistas que conhecem a fundo a prática do atual prefeito de Palmeira dos Índios.

Alguns chegaram  a perguntar se era piada ou uma tentativa de competir com a deputada Ângela Garrote - que à tarde fez defesa veemente da classe jornalística na tribuna da Assembleia.

Na gestão do prefeito-jornalista a Comunicação é reduzida a uma diretoria, quando deveria ser uma secretaria para dar mais suporte à Administração, além de prestigiar sua própria profissão e o porte cultural e de informação que a cidade oferece.

Em contrapartida, existe no Município secretarias até de captação de recursos - que só serve  para captar o salario  pro bolso do titular, que mal tem o direito de nomear sequer um assessor.

Em Palmeira dos Índios, quarta maior cidade de Alagoas - existem seis emissoras de rádio, cinco portais de notícias, um jornal impresso semanal (há 23 anos), além de repetidoras de TV das principais emissoras de Alagoas.

Contudo não é só neste quesito que Julio Cezar discursa diferente da prática. E justamente neste ponto, da reivindicação dos jornalistas alagoanos, que o imperador JC peca. Seus assessores de imprensa ganham salários aviltantes - coordenador e jornalista - recebem R$2.600 e R$1.800 bem abaixo do piso definido na tabela do Sindjornal.

Além disso, Julio Cezar não trata os veículos de comunicação com o devido respeito, pois alguns deles estão sem receber a prestação de serviços realizada há mais de 10 meses, outros 3 meses, outros dois meses - reforçando mais ainda que o discurso do "imperador" é apenas para inglês ver.

Julio Cezar perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado ou de colocar a mão na consciência (após ler esta matéria da Tribuna do Sertão) e se redimir de seus pecados.

Mesmo assim, está valendo o "apoio" Mãos à obra e à prática!

 

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