Lugar de mulher é onde ela quiser e a seleção feminina mostrou isso

10/06/2019 16:18 - Blog da Raíssa França
Por Raíssa França
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Sempre acompanhei a Copa do Mundo e outros jogos da seleção masculina e é comum – na época dos jogos - encontrarmos nas ruas os torcedores de verde e amarelo, fazendo barulho, os bares cheiros e um grupo de amigos ou familiares reunidos para torcer -. Desta vez, a situação foi diferente para a seleção feminina: não encontramos os bares cheiros e nem inúmeros torcedores fazendo barulho. 

Em Maceió, poucos locais transmitiram os jogos da seleção feminina – que teve pela primeira vez o jogo transmitido ao vivo pela TV aberta -. A “desculpa” era sempre a mesma: o horário não batia com o funcionamento dos estabelecimentos. Pelo que soube apenas dois lugares transmitiram o jogo, um deles foi o Villa Maceió Food Park. 

Porém, mesmo não sendo igual ao da seleção masculina, torcer pela seleção feminina foi lindo: com direito a roda de samba formada por mulheres, chopp e muita animação.

Foto: Ingryd Rodrigues

Mulheres, homens e crianças estavam presentes no Villa. A torcida era única e às 10h30 da manhã não restava dúvidas: a seleção feminina conseguiu reunir centenas de torcedores, em sua maioria mulheres, para vibrar com o jogo que trouxe vitória para o Brasil.

Pode parecer simples, mas nós, mulheres, ganhamos. Não apenas com a vitória das jogadoras que fizeram um belíssimo jogo – sem cenas como costumamos ver em outros jogos – mas mostrando o que a mulher é na íntegra: uma lutadora.

Ganhamos quando reunimos todas essas pessoas em um lugar só para torcer por um time que muitas vezes foi “desvalorizado”; quando recordamos que entre 1941 e 1983 o esporte foi proibido para mulheres e quando percebemos que mesmo com salários diferentes (em comparação ao da seleção masculina) as mulheres jogaram como verdadeiras mulheres e nos orgulharam.

Esse texto não é para falar apenas sobre como a seleção feminina, mas é um texto sobre igualdade de gênero que mostra que somos capazes de tudo: jogar, liderar, apitar, falar sobre tecnologia, futebol, ciência, economia. É um texto que comemora – em uma roda de samba e com chopp na mão – o avanço que estamos tendo quando se fala em igualdade. E assim vamos resistindo, enfrentando, sendo.

E vamos torcer até o fim com a seleção brasileira feminina - que foi o assunto mais comentado nas redes sociais desse domingo - e que mostrou que mesmo não tendo “tanto espaço” já conseguiu o suficiente para mostrar que lugar de mulher é onde ela quiser.

Estou no Instagram: @raissa.franca

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