A história dessa família alagoana vai te fazer pensar em adoção tardia

06/06/2019 12:08 - Blog da Raíssa França
Por Raíssa França
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Quando falamos em adoção, imaginamos um bebê que espera uma família e que vai ganhar um novo lar. Entretanto, há uma lista de adolescentes que esperam ser adotados em Alagoas. Nesta lista estava Jéssica, que na época tinha 12 anos.

A história da adolescente alagoana - que hoje tem 20 anos e cursa psicologia - é sobre amor e sobre família. Ela foi acolhida por Cezar Henrique (psicólogo) e a fisioterapeuta Shirley Ferraz que já tinham o desejo de adotar uma criança antes mesmo do casamento.

“Nós queríamos ter primeiro um filho biológico e depois adotar outro”, contou. Foi em uma visita a um dos lares que o casal costumava ir com frequência que eles conheceram Jéssica. O desejo de adotar não foi de “primeira”, mas a lembrança constante da menina permanecia intacta no coração deles.

Após um tempo, o casal reparou que Jéssica não fazia mais parte do lar. Segundo Cézar, como Jéssica era uma criança mais velha e o lar havia crianças mais novas, ficar no mesmo ambiente que as mais novas estava prejudicando o desenvolvimento cognitivo dela.

Com a mudança da adolescente, o casal foi até o novo lar visitar Jéssica. “Não planejamos nada, apenas fomos lá”. Para surpresa do casal, ao chegar à instituição, quem os recebeu foi a garota. “Não acredito em coincidência. Quando chegamos, batemos na porta e ela reconheceu a nossa voz mesmo sem nos ver”.

O alagoano contou que naquele dia ele e a esposa já sabiam que queriam adotar Jéssica. “Mostramos o desejo de adotar para a instituição e conversamos com ela. Foi mais ou menos um ano para que ela fosse adotada”.

A fase de adaptação, segundo Cezar, foi um pouco difícil, mas o segredo para superar estava no amor. “Se não tivesse amor não teria dado certo. Ela chegou para nós dentro de um processo e precisávamos entender isso dela. Sempre sentamos e conversamos sobre tudo”. Depois de um tempo, Jéssica ganhou uma irmã que hoje tem 1 ano e 10 meses.

Emocionado, o pai de Jéssica disse que para ele e para esposa, a filha adotiva é um orgulho. “No começo não foi fácil porque é uma questão de adoção. Nós levamos em consideração que era ela uma adolescente, mas que no final só queria se sentir amada”.

A história da garota mostrou que mesmo não tendo o mesmo sangue dos pais, o que importa é o amor que se constrói a cada dia. Para o pai, algumas pessoas falam que queriam ter coragem para adotar, entretanto, a adoção tardia vai muito além de ter coragem: é preciso de amor.  Para ele, o amor incondicional que é tão falado pelas mães biológicas também é demonstrado quando essas mães adotam uma criança.

Estou no Instagram: @raissa.franca

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