Durante essa semana me deparei com duas pessoas que foram afastadas do trabalho por esgotamento profissional. Ainda por esses dias também fiquei sabendo que a síndrome de burnout [também conhecida como ‘estresse crônico’] foi incluída na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS). Pesquisando, encontrei que 32% dos brasileiros são atingidos por essa síndrome que tem como sintomas o estresse, a irritação, desmotivação, além das dores físicas e cansaço mental.
Vamos falar um pouco sobre esse esgotamento profissional e toda cobrança que recebemos da sociedade e de nós mesmos. Cobramos que sejamos os melhores em tudo que fazemos; que ganhemos destaque no trabalho e muitas vezes trabalhamos mais do que conseguimos; corremos de um lado pro outro para trabalhar, ganhar dinheiro e pagar os boletos. Com isso, passamos da hora, deixamos de fazer as refeições, não contemplamos os momentos de lazer e simplesmente, quando vemos, estamos doentes.
Sim, adoecemos. Adoecemos porque assim como eu, você deve ter sua rotina diária que pode ser tão intensa quanto a minha. E quando você percebe, ao chegar em casa, seu cansaço mental é tanto que não há coragem para nada. E de repente, você não sente mais vontade de ir trabalhar, de sair, está cansado, somatizando problemas e desesperado por ajuda. Em alguns casos [como dessas duas pessoas que conheço] a saída é o afastamento do trabalho.
Meu caro leitor, qual foi a última vez que você chegou do trabalho e deixou seu trabalho do lado de fora de casa? Qual foi a última vez que você leu um livro sem pensar nos prazos? Ou que você se divertiu sem pensar naquilo que está atrasado? Qual foi a última vez que você não se cobrou ser o melhor e simplesmente trabalhou da melhor maneira que você pode, mas sem cobranças?
Não se cobre tanto, apenas deixe ir. Não permita que a sociedade te cobre por algo que você não têm condições de oferecer. Seja gentil consigo. Olhe para você. Esteja com você. Tudo bem, os boletos vão chegar e você vai pagar. O seu trabalho vai continuar sendo seu trabalho, você não precisa se desesperar para que você trabalhe mais do que pode. O seu trabalho é a sua maneira de fazer o que gosta [no caso de algumas pessoas] e de ganhar dinheiro, mas não o trate como se ele fosse a única coisa que você tem na vida. Outras coisas importam também.
Sua saúde mental vale mais do que qualquer emprego. Trabalhe, dê o seu melhor, mas não torne o seu emprego o centro da sua vida. Se precisar de ajuda, busque ajuda de um psicólogo que vai te oferecer o tratamento adequado para essa situação.
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