O réu Otávio Cardoso, acusado de assassinar a estudante Bárbara Regina, em setembro de 2012, voltou a negar envolvimento no crime. Ele foi ouvido na manhã desta terça-feira (28), durante seu julgamento, no Fórum do Barro Duro, e reafirmou que apenas deu uma carona à jovem até a Avenida Álvaro Otacílio, próximo ao Banco do Brasil, na Ponta Verde.
Otávio contou que, ao deixar Bárbara, passou em um posto de gasolina, localizado no Farol, para comprar cigarros e tomar café.
Questionado pela promotoria sobre por que não indicou uma testemunha para confirmar tal versão, disse que não lhe passou pela cabeça e que “não tinha como mandar chamar” os funcionários do posto, pelo fato de estar preso.
Sobre o uso do aparelho celular da vítima, o acusado disse que fez apenas uma ligação, no dia seguinte, quando encontrou o objeto em seu carro. “Nunca cometi crime nenhum contra essa moça. O que eu tenho a dizer ao senhor (juiz) e para a família é que eu não tenho nada a ver”, reforçou o réu.
Além dele, também já foram ouvidas três testemunhas e a mãe da vítima, Valéria Leite da Silva. Ela contou que Bárbara lhe avisou, por telefone, que estava saindo da boate acompanhada de um rapaz, e que chegaria em casa em poucos minutos. Reforçou ainda que a filha “era uma pessoa totalmente responsável” e não levava uma vida desregrada.
O proprietário de um lava-jato no bairro do Pinheiro, José Cícero dos Santos, que lavou o carro de Otávio na segunda-feira posterior ao fato (madrugada de sexta para sábado) foi uma das testemunhas ouvidas. Ele disse que o veículo apresentava sujeiras comuns, como areia levada ao carro por calçados. Mas não havia barro ou vestígios de cana.
“Esse julgamento é daqueles que chamam mais atenção da sociedade e da imprensa, mas está dentro dos parâmetros normais e esperamos que ocorra dentro das normalidades possíveis”, afirmou o juiz John Silas da Silva, que preside o júri.
O representante do Ministério Público de Alagoas, promotor Antônio Vilas Boas, explicou que a acusação mantém a mesma tese desde início do processo. “É fato que ele confessou, ou melhor, confidenciou ao amigo dele, que teria sido ele o autor deste crime, ainda que esta testemunha em juízo tenha negado. Não temos nenhuma testemunha de viso, mas existem outros meios de provas”.
No início da tarde, pouco antes das 13h, foi iniciada a sustentação do Ministério Público, dando início aos debates com a defesa.
O caso aconteceu na madrugada do dia 1º de setembro de 2012, quando Bárbara foi vista deixando a boate Le Hotel, na capital, acompanhada de Otávio, conforme imagens de câmeras de segurança.
*Com Ascom-TJ/AL