“Se você quer paz prepare-se para guerra.” - John Wick 3: Parabellum

22/05/2019 12:24 - Resenha100Nota
Por Bruno Omena
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A carreira do ator Keanu Reeves parecia seguir no piloto automático desde o fim da trilogia "Matrix". O "escolhido" Neo tinha virado uma espécie de carimbo para Reeves, mesmo ele tendo feitos outros trabalhos relevantes antes de salvar os humanos do mundo das máquinas, nos filmes das irmãs Wachowski.

Porém, em 2014, parafraseando o subtítulo em português, Keanu voltou ao jogo em "John Wick: De Volta Ao Jogo".
A história do temido assassino de aluguel que sai da aposentadoria para se vingar do responsável pela morte do cachorro de estimação e pelo roubo de seu carro, chamou atenção do público resgatando o filão dos thrillers de vingança nos moldes do "exército de um homem só", tão atrativo nos anos 90.

Cinco anos depois John Wick retorna após a sequência de 2017 e já tem data para o quarto longa da franquia. Maio de 2021.
O sucesso da marca não é um mero acaso. Keanu Reeves prova que mesmo sem contar com grandes variações interpretativas, quando bem escalado executa o serviço como poucos. Foi assim com Neo. É assim com John Wick.
Na terceira parte da franquia, que continua imediatamente aonde o segundo capítulo terminou, John corre contra o tempo para reverter a punição que sofreu ao cometer, nas dependências do Hotel Continental, o assassinato de um membro da Alta Cúpula, que controla a organização de matadores.
Sem poder contar mais com a imunidade do Continental, Wick vai em busca de uma colega que lhe deve favor para levá-lo até a única pessoa acima da Alta Cúpula capaz de anular o contrato de milhões, que colocou os mais perigosos assassinos a sua procura.

"Parabellum" é um longa de ação ininterrupta que dá pouco tempo para o publico respirar. As lutas são bem coreografadas e Reeves mostra que mantém a boa forma. Hale Berry divide o show em um pequeno segmento do filme. Sua participação é cheia de energia e rende um dos melhores momentos da produção. 
O diretor Chad Stahelski amplia o folclore do personagem e se permite alguns exageros em prol do espetáculo. Isso faz com que "Parabellum" soe menos visceral que o primeiro filme de 2014, tornando o protagonista ainda mais destacado do mundo real.
John se transformou em um personagem quase sobre humano, apesar do sofrimento que as lutas costumam lhe impor. 
Mark Dacascos foi escalado para ser o contraponto do herói, entretanto sua caricatura só serve para nos lembrar que o DNA dos anos 90 é uma referência constante, visto que o ator foi protagonista de uma série de filmes de ação nível B daquele período. O humor que o diretor tentou conferir ao vilão não funcionou, tirou a ameaça do personagem e gerou um ou dois momentos constrangedores.

O roteiro me pareceu um pouco mais frouxo que seus antecessores, focando muito mais nos tiros e nas lutas do que na história contada. Mesmo assim, "John Wick 3: Parabellum" estabelece de vez a franquia como o melhor produto do gênero nos último vinte anos. Como falei no início, o quarto longa já foi agendado e Keanu Reeves não demonstra sinais de cansaço. A trama se encaminha para um grande conflito que irá além do mote "John Wick contra todos". Grandes facções prometem se envolver aumentando a proporção do embate. “Se você quer paz prepare-se para guerra.”

Vida longa à John Wick!

7.8

*Disponível nos Cinemas

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