Clássico de Billy Wilder, "Crepúsculo dos Deuses" é uma poderosa crítica à velha Hollywood

17/05/2019 11:41 - Resenha100Nota
Por Bruno Omena
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Quando o roteirista desempregado, Joe Gillis (William Holden), é contratado para escrever um novo sucesso para a esquecida estrela do cinema mudo, Norma Desmond (Gloria Swanson), um jogo de obsessão e manipulação tem um fim trágico.

Indicado a onze estatuetas do Oscar, "Crepúsculo dos Deuses" (1950) se debruça sobre a busca de uma atriz decadente pelo seu canto do cisne, em que provaria para a indústria do cinema que seu talento ainda é relevante.
O longa, dirigido pelo mestre Billy Wilder, se revela uma crítica voraz aos grandes estúdios e a mídia cinematográfica, cuja memória não prestava os merecidos reconhecimentos para aqueles que brilharam em outros tempos, descartando-os por novos rostos. 
A trama, contada em flashback pelo roteirista Gillis, inicia com um corpo boiando na piscina da mansão e a partir dali o narrador dá seguimento a sua história.
Norma, nitidamente fora da realidade e ainda cultivando a vaidade de grande diva do cinema, crê no seu prestígio inabalável, mesmo com o surgimento dos filmes falados. O mordomo Max, outrora diretor requisitado, ajuda a reforçar essa ilusão pajeando a patroa e a protegendo da verdade.
Gillis, que inicialmente tenta manipular a atriz, vai aos poucos percebendo que se envolveu em uma situação que não podia controlar.

O desfecho é o ápice da insanidade, do delírio e da vaidade de Norma Desmond, mas também é uma das sequências mais emblemáticas e poderosas do cinema.

"Crepúsculo dos Deuses", sem dúvida alguma, é um dos pontos mais altos da carreira de Wilder, um diretor impossível de esquecer.

9.0
 

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