E agora, Jon Snow? - "Game of Thrones" 08x05

13/05/2019 09:22 - Resenha100Nota
Por Bruno Omena
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O penúltimo episódio de "Game of Thrones" trouxe o exército de Daenerys para a guerra em Porto Real.
Ciente que o segredo da origem de Jon já é compartilhado por algumas pessoas, a Mãe dos Dragões promove a execução de Varys. O eunuco, que tentou convencer Tyrion e Snow que Daenerys não era a melhor opção ao trono de ferro, foi queimado sem que ninguém saísse em sua defesa.
Tenho sérias dúvidas se Jon ainda consegue pronunciar outras frases além de "Minha rainha..." e "Não quero o trono."

Tyrion passou boa parte do episódio esperançoso pela rendição de Cersei e assim evitar um banho de sangue na capital de Westeros. Entretanto, o anão não contou que o destino dos inocentes não estava apenas nas mãos de sua irmã.
Após um ataque bem sucedido de Daenerys, que montada em seu Dragão praticamente venceu a batalha sozinha, o sino da rendição finalmente soou, mas a bandeira branca não foi suficiente para aplacar a fúria da Targaryen, que finalmente executou o desejo de seu pai, o Rei Louco, e queimou toda a cidade.
Nas ruas de Porto Real, Jon assiste atônito o massacre que seu exército promove contra os inimigos, que já haviam jogado as armas no chão, e contra o povo indefeso, enquanto nos céus, o fogo destrói e transforma o lugar em ruínas. Ainda tenho dificuldade em aceitar a passividade do Stark. Entrou mudo e saiu calado.

Em busca de Cersei, Jaime tenta encontrar um atalho e no caminho trava uma luta com um dos personagens mais desinteressantes da série. Euron Grejoy é o resto do tacho de uma panela que nos deu Ramsey Bolton.
Infinitamente inferior ao Bolton, o tio de Theon e Yara é uma caricatura ambulante. Poderia ter morrido em uma explosão qualquer, mas os roteiristas acharam por bem fazê-lo lutar e morrer pelas mãos do Regicida. 
Arya e Clegane chegam a Fortaleza Vermelha, mas diante da iminência da destruição do palácio, o cão a aconselha a fugir para não morrer. Mesmo tendo jurado não se importar com a morte, a jovem Stark desiste de matar Cersei e corre para fugir do desabamento. No mínimo incoerente com o discurso de outrora.
Chega então um momento esperado pela audiência: o duelo final entre os irmãos Clegane. 
A briga é intensa e apesar da resistência inexplicável do Montanha, o desfecho supriu as expectativas. 
Na cripta do dragões finalmente Jaime e Cersei se despedem da vida soterrados pelos escombros. Muita gente ficará inconformada pois esperavam algo mais gráfico e dramático para o fim da rainha Lannister, mas pessoalmente achei acertada a despedida melancólica do casal, sucumbindo juntos, tal como Romeu e Julieta, e praticamente enterrando de vez o nome da família Lannister.

Com sequências bem executadas, o genocídio de Porto Real conseguiu transpor toda a loucura que vinha se desenhando na personalidade de Daenerys. A reviravolta faz sentido com o histórico familiar da personagem e com os indícios que a série vinha nos apresentando. Transformá-la na ameaça final foi uma decisão acertada dos produtores, visto que já não há mais Rei da Noite e Lannisters para antagonizar. Subverter expectativas sempre foi uma característica do programa. Por isso, negar a loucura Targaryen seria algo como salvar Ned Stark da execução na primeira temporada. "Game of Thrones" não precisa encaixar com os rumos que idealizamos para a história. A série precisa apenas ser coerente e honesta com seus personagens e com a mitologia apresentada há oito temporadas.

Desta maneira, aguardo o desfecho e estou curioso para saber se finalmente veremos Jon se insurgir contra sua Rainha. Ele viu os horrores daquela matança e como Daenerys foi implacável eliminando inocentes e destruindo uma cidade rendida. Arya, que protagonizou cenas muito bem coreografadas, quase foi mais uma vítima de toda aquela insanidade e certamente acrescentará o nome da algoz de Porto Real em sua lista.

Semana que vem iremos conferir a conclusão da saga dos Sete Reinos. Por enquanto, fica a pergunta: E agora, Jon Snow?

8.0

*Disponível nos canais HBO

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