Nova versão de "Cemitério Maldito" está entre as piores adaptações de Stephen King para o cinema

10/05/2019 13:05 - Resenha100Nota
Por Bruno Omena
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"O Cemitério" é apontado como um dos livros mais assustadores do mestre do terror Stephen King. Lançado em 1983, a obra ganhou sua primeira adaptação para os cinemas pouco tempo depois, em 1989, e até hoje é lembrada como uma das melhores transposições do trabalho de King para a grande tela.

Trinta anos depois, "O Cemitério Maldito" (2019) volta aos cinemas trazendo uma releitura que o afasta do material que serviu de fonte e de sua adaptação oitentista. O longa foi dirigido a quatro mãos por Kevin Kolsch e Derrin Widmyer, e roteirizado por Jeff Buhler. Guardem esses nomes e mantenham distância! O Ministério dos Bons Filmes adverte.

O núcleo da trama traz uma família recém chegada no novo lar, mais afastado da correria da cidade grande. Buscando desacelerar no trabalho para ser mais presente no convívio com a esposa e os filhos, Louis Creed se muda para uma propriedade que conta com uma bela casa e um antigo cemitério de animais. A região possui alguns segredos que o vizinho Jud Crandal não custa a compartilhar com Louis, após a morte do gato de estimação da família.

Se a produção de 1989 contava com um ritmo mais lento, sem pressa para assustar, enquanto nos apresentava um ambiente feliz prestes a sofrer um grande trauma, a nova versão de 2019 dramatiza demais os personagens, não tem habilidade em exibir conceitos e joga elementos sem função narrativa.

Pelo que foi visto nos trailers de divulgação, "Cemitério Maldito" prometia inserir um assustador grupo de crianças com máscaras de animais na floresta. Naquele momento ficou a esperança que poderia ser feito algo novo para agregar a história já conhecida dos Creed, mas as tais crianças não tem a menor utilidade e aparecem apenas em uma breve e dispensável cena.

A direção é confusa e demonstra total falta de habilidade em desenvolver o suspense. As sequências de sonhos parecem ter saído diretamente do clipe musical "Thriller", de Michael Jackson, ou da abertura do saudoso programa Cine Trash, liderado pelo eterno Zé do Caixão. O filme alterna clichês e repete sustos durante uma trama que piora cada vez mais à medida que se afasta do material original.

O elenco está sofrível e o final é um chute em qualquer compromisso com a verossimilhança que o público poderia esperar. Talvez, o maior mérito dessa versão lamentável é tornar o longa de 1989 melhor do que de fato ele é. Fazendo uma analogia, é como se tivessem enterrado o filme de 1989 no cemitério indígena e o de 2019 voltou amaldiçoado para frustrar a audiência. 

Uma frase emblemática de "Cemitério Maldito" é: "Às vezes a morte é o melhor." 

Depois desse filme muitos espectadores vão concordar...

3.0

*Disponível nos Cinemas

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