De forma crítica e humorada o ex-presidente Michel Temer governou o Brasil sendo chamado de mordomo de filme de terror de quinta categoria. Foi embora sem deixar saudades, mal avaliado e suspeito de vários crimes, inclusive de corrupção.

Agora temos o presidente que lembra censor(a) de colégio interno religioso dos anos 60, 70, uma figura preocupada em manter, impor e criar regras de costumes para meninos ou meninas.

Incapaz de perceber o quanto são importantes os desafios do governo para a economia, segurança, saúde, defesa e educação, entre outras áreas, Jair Bolsonaro governa como se ainda estivesse no plenário da Câmara ou junto ao seu eleitorado.

Limitado intelectualmente e destrambelhado, o censor de costumes tem uma lista imensa de declarações estúpidas. As duas mais recentes são patéticas, oriundas de um moralismo raso:

Nesta quinta-feira (25), durante um café da manhã com jornalistas, ele dieclarou que “quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. Agora, não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay aqui dentro”.

Tal frase pode ser interpretada assim: o turismo sexual pode rolar tranquilo no Brasil, desde que seja entre homem e mulher.

Não, idiota, turismo sexual não pode de forma alguma, é crime, “tá oquei?”

E não parou por aí. Ainda nesta quinta-feira (26) Bolsonaro mandou tirar do ar uma propaganda do Banco do Brasil. Assisti mais de uma vez, procurei alguma putaria, esculhambação, algo que ferisse os bons costumes morais e religiosos e nada achei.

A peça publicitária foi criada para atingir um segmento cobiçado pelos bancos, os jovens. Só isso. Tem um idoso de barba branca, jovens negros, tatuados, meninos e meninas de diferentes perfis, cenas do cotidiano, dançando (será escandaloso?). Ninguém se agarra e não há qualquer demonstração de orientação sexual.

Resumo da ópera:

1 – O censor-presidente determinou que todas as peças de propaganda terão que ter autorização da Secretaria de Comunicação Social (Secom), comandada pelo ministro general Santos Cruz.

2 – O presidente-censor, por conta da decisão de tirar a propaganda do ar, será denunciado a ONU pelo movimento Educafro - entidade que luta pela inclusão dos negros no mercado de trabalho e universidades -, de acordo com reportagem de Flávio Freire, O Globo.