Um dos principais exemplos de tudo de ruim da moderna e atual política brasileira, o mineiro Aécio Neves (PSDB-MG) não pode ser esquecido.

Por pouco, muito pouco mesmo, apenas 3,5 milhões de votos, deixou de ser presidente do País, em 2014, derrotado por Dilma Rousseff.

Voz ativa e líder da oposição ao governo da petista, o hoje deputado federal circula para não ser visto ou percebido na Câmara.

Para entrar no plenário, por exemplo, Aécio usa uma passagem discretíssima, que passa por uma copa/cozinha e depois entra na TV Câmara para acessar uma escada que o leva ao plenário.

Esse percurso evita o Salão Verde, local onde é possível o contato próximo com o público e imprensa.

Em março deste ano, reportagem da Folha revelou parte do comportamento do parlamentar:

1 - "Na segunda semana de trabalhos da Câmara, durante uma das votações, o deputado federal Aécio Neves entrou sozinho no plenário para marcar presença... Para quem frequentou a Casa de 1987 a 2002 e a presidiu por um ano (2001-2002), o ambiente mudou. Dragado pela Operação Lava-Jato, Aécio perdeu o protagonismo. Agora, a palavra é discrição. Não sem motivos".

2 - "Uma semana antes, no dia 1º de fevereiro, o tucano e os outros 512 deputados federais eleitos foram tomar posse. Só ele foi vaiado ao ter o nome anunciado ao microfone. Aécio votou rapidamente na eleição da Mesa Diretora e disparou pelo salão verde em direção a seu gabinete, escondido no térreo do prédio principal. O ritual se repetiria nas semanas seguintes".

3 - "São raros os momentos em que o tucano é visto pelos corredores ou mesmo em plenário. Segundo colegas, ele tem evitado comparecer até a reuniões da bancada tucana na Câmara. Quando decide ir, chega com ela em curso e vai embora antes do fim. Só se manifesta se questionado".