A indicação de Abraham Weintraub para o Ministério da Educação tem sinais diversos de que o que era ruim com o gestor anterior pode piorar.
No Congresso, por exemplo, ficou claro que o presidente Jair Bolsonaro vai permanecer sem abrir espaço para ouvir parlamentares sobre suas escolhas.
Ou seja, o rumo e o prumo do governo são definidos pelo presidente, tanto é que sequer os evangélicos, que pleiteavam espaço na Educação, foram consultados.
Entre os membros do governo, Weintraub é conhecido como caçador de esquerdistas. Ele acompanha Bolsonaro desde a campanha, e no período em que coordenou um grupo de transição do governo Temer para o atual defendia o expurgo de pessoas ligadas à oposição com influência esquerdista nas universidades.
Portanto, é de fácil dedução cravar que a crise no Ministério da Educação vai continuar e – temo - até se aprofundar.
Afinal de contas, ele é da turma que acredita que o nazismo foi um movimento de esquerda, que em 1964 não houve golpe militar, que os comunistas comandam o Brasil e que há uma guerra contra as esquerdas.
Sobre esse tema ideológico o ex-ministro Delfim Neto disse, nesta segunda-feira (8), no Roda Viva, da Tv Cultura, que “essa discussão de esquerda e direita nos dias atuais deve ser resolvida pelo Detran”.