Educadores e pais de crianças auristas participam da abertura do "Abril Azul"

02/04/2019 01:25 - Roberto Gonçalves
Por Roberto Gonçalves com assessoria
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“O papel que você tem na vida do meu filho é fundamental. Ao incluí-lo,  você estará na história dele, como pilar fundamental para o seu desenvolvimento. Quando ele estiver inserido na sociedade deverá isso a você. E eu nunca esquecerei. Então, eu espero que me compreenda. E também o meu coração apertado, o meu falar demais, meus medos e angústias. Eu estou entregando  uma criança linda e com todo potencial em suas mãos. Esse aluno em sua sala é o centro do meu universo. Ele é a minha alma”.

A declaração, direcionada aos educadores, é de Aline dos Santos, mãe de Wesley dos Santos Alves, 7 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Ela foi uma das representantes das famílias presentes na abertura da programação do Abril Azul, realizada pela Prefeitura de Arapiraca, através da Secretaria Municipal de Saúde, na manhã desta segunda-feira (1º), no auditório do Centro de Referência Integrado de Arapiraca (Cria).

As palavras da Aline dos Santos carregam verdades e sentimentos comuns e compartilhados entre pais e mães de crianças autistas, que desejam ver os seus filhos crescerem em uma sociedade que compreenda, inclua e respeite o jeito único de ver o mundo do autista.

A partir do princípio da inclusão e direito à educação, o Centro de Reabilitação e Reintegração de Crianças com Autismo –  Espaço Trate inseriu no seu calendário do “Abril Azul”, mês  em alusão ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, um momento dedicado aos educadores e auxiliares de sala, que atendem crianças autistas assistidas pelo órgão municipal.

De acordo com Lidiane Bezerra, gerente do Espaço Trate, além dos profissionais da educação, as famílias das crianças autistas também foram convidadas a participar da roda de conversa. “A proposta é compartilhar experiências e ampliar os conhecimentos sobre o mundo do autista”, ressaltou.

Segundo ela, no contexto de vida dessas crianças, além da família, o professor é considerado um ator fundamental no processo de desenvolvimento da aprendizagem. Mas, para alcançar um melhor resultado, o educador precisa compreender os aspectos do TEA e as suas individualidades.

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma síndrome comportamental, cujos sinais indicativos aparecem já nos primeiros anos da infância. Mas a identificação não é tão simples, por conta das particularidades apresentadas em cada indivíduo. O espectro agrupa desde um quadro mais leve, ou alta funcionalidade, com inteligência acima da média,  a casos em que há  baixa funcionalidade. 

Entre os sinais do autismo: dificuldade em se relacionar com pares da mesma idade; brincar ou usar brinquedos de fora incomum; hiperatividade ou muita passividade;  sensibilidade a alguns sons; chor ou risada inapropriada;  apego a objeto diferentes;  fala ruim ou ausência de fala; falta de consciência do perigo; e dificuldade em lidar com alterações de rotina.

O diagnóstico precoce e intervenções educacional, familiar e multiprofissional são essenciais no desenvolvimento dos casos de TEA. Identificado e vivenciado em crianças de muitas escolas do município, o tema é complexo e, ao mesmo tempo, desafiador e empolgante. Assim definem profissionais que trabalham diretamente com esse público. 

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