Alvo de um inquérito que apura possíveis ameaças contra membros do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo o presidente do órgão, ministro Dias Toffoli, o advogado alagoano, Adriano Argolo, voltou a usar as suas redes sociais para avaliar o caso e negar o seu envolvimento.
Através do Whatsapp Argolo relembrou da presença da PF em sua casa, na última quarta-feira (21), e reafirmou que fez “críticas aos ministros dentro da legalidade, chamar as decisões de absurdas, ilegais e contra a constituição não é crime. Meu perfil é aberto, vc pode ir lá e verificar, talvez tenha cometido alguma injúria, mas crimes como eles estão acusando nesse inquérito, nunca!”.
Para ele, “Os crimes de injúria não podem ser tidos como crimes contra a segurança do STF, contra a segurança nacional, como ameaças aos ministros do STF, usar o aparelho do estado para perseguir por conta de possíveis crimes nessa esfera é um claro sinal do estado de exceção que estamos vivendo”.
Adriano Argolo revelou que o seu depoimento foi adiado para abril: “Delegado me disse que não tinha conhecimento do inquérito e por isso não ia me interrogar. Ele disse que nunca viu isso. Me comentou que a acusação era que eu tinha supostamente(eles usaram essa palavra pela primeira vez)postado ameaças ao Toffoli e ao seu irmão. Expliquei em conversa informal com o delegado que nunca escrevi isso e ele me disse que eu ficasse tranquilo pq se algo estivesse categórico contra mim, ele já tinha recebido os quesitos do meu interrogatório, como não recebeu ainda, ele acha que os caras do STF estão perdidos”.
Se sentindo perseguido também pelo governo Jair Bolsonaro – de quem é profundo crítico nas redes sociais, Argolo afirma que depois da “invasão a minha casa, estou com mais garra ainda, sem um pingo de medo dessa canalha, estou querendo militar mais do que nunca, estou querendo escrever mais do que nunca, estou querendo denunciar esse miliciano mais do que nunca, estou querendo uma mudança no judiciário mais do que nunca”.
“Não tenho medo das acusações inverídicas contra mim, tenho a tranquilidade dos inocentes, apesar, de um inocente que salvou milhões de vidas da fome está preso sem provas em Curitiba. Não ameacei ninguém do STF e não produzo ou dissemino fake news contra o Supremo. Sou inocente!”, disse.
Leia abaixo na íntegra a publicação do advogado Adriano Argolo:
“Eles (PF) alegavam que as minhas mensagens no Twitter são ameaçadoras contra membros do STF e ao próprio STF...
Me exibiram um post, datado de 14 de novembro de 2018, que dizia que eu tinha vontade de atirar no ministro Dias Toffoli por trás em plena sessão do STF.... nunca escrevi isso! Nunca ameacei ninguém do STF e muito menos o próprio supremo! O post que o delegado me mostrou nunca escrevi! Faço minhas críticas aos ministros dentro da legalidade, chamar as decisões de absurdas, ilegais e contra a constituição não é crime. Meu perfil é aberto, vc pode ir lá e verificar, talvez tenha cometido alguma injúria, mas crimes como eles estão acusando nesse inquérito, nunca!
Os crimes de injúria não podem ser tidos como crimes contra a segurança do STF, contra a segurança nacional, como ameaças aos ministros do STF, usar o aparelho do estado para perseguir por conta de possíveis crimes nessa esfera é um claro sinal do estado de exceção que estamos vivendo.
O que ocorreu, provavelmente, é que fizeram uma montagem ou uma conta clonada com minha foto e posts ameaçadores contra ministros do STF e, sem o menor cuidado, sem a menor investigação previa se era mesmo o meu perfil que estava fazendo esses posts, o ministro Alexandre de Moraes determinou a busca e apreensão. Repito, nunca escrevi nenhuma ameaça a qualquer ministro do STF, isso é fácil constatar, basta ir no meu perfil no Twitter, já chamei de canalha, isso foi o máximo que fiz, mas ameaçar, jamais!
Fui depor na PF, mas o depoimento foi adiado para o dia 08/04. Delegado me disse que não tinha conhecimento do inquérito e por isso não ia me interrogar. Ele disse que nunca viu isso. Me comentou que a acusação era que eu tinha supostamente (eles usaram essa palavra pela primeira vez) postado ameaças ao Toffoli e ao seu irmão. Expliquei em conversa informal com o delegado que nunca escrevi isso e ele me disse que eu ficasse tranquilo pq se algo estivesse categórico contra mim, ele já tinha recebido os quesitos do meu interrogatório, como não recebeu ainda, ele acha que os caras do STF estão perdidos.
Como reagi publicamente contra as acusações assacadas contra mim, provavelmente, eles estão analisando a minha conta no Twitter se os posts das ameaças são realmente meus, como jamais escrevi esses posts, estou tranquilo, mas cansado disso tudo. O Brasil já não é aquele país, que mesmo com as nossas desigualdades desumanas, era um país alto astral, hj é um baixo astral terrível. Estou me sentindo como o personagem Josef K, do livro O Processo do magnífico Kafka.
Lembram quando eu avisei que esse governo nazifascista iria me perseguir? Fiz até uns textos que eu considerei exagerado depois, me senti um pouco paranoico lendo os textos que escrevi, foi na época do segundo turno, mas que nada, aconteceu exatamente o que eu adiantei, porém, sinceramente, não esperava que essa perseguição fosse acontecer tão cedo assim... qual o sentido de ser o primeiro investigado nesse inquérito do STF? Não sou importante, não tenho mandato político, não exerço uma liderança formal em nada, nunca, sequer, me candidatei, eu hein... agora uma coisa é certa, eu, depois da invasão a minha casa, estou com mais garra ainda, sem um pingo de medo dessa canalha, estou querendo militar mais do que nunca, estou querendo escrever mais do que nunca, estou querendo denunciar esse miliciano mais do que nunca, estou querendo uma mudança no judiciário mais do que nunca. A gente só morre no dia! Vamos pra luta política para, apenas, duas coisas: para o que der e vier! Vamos, todavia, companheiros e companheiras! Texto que escrevi e mandei para vários grupos que participo.
Não tenho medo das acusações inverídicas contra mim, tenho a tranquilidade dos inocentes, apesar, de um inocente que salvou milhões de vidas da fome está preso sem provas em Curitiba. Não ameacei ninguém do STF e não produzo ou dissemino fake news contra o Supremo. Sou inocente!
Estou sendo acusado de ameaçar o ministro Dias Toffoli e seu irmão através de mensagens no Twitter e disseminar fake news contra o STF. Isso é mentira! Não procedem essas acusações, qualquer um pode observar isso facilmente, basta ir na minha antiga conta. Nunca fiz isso!
Desafio a qualquer um no mundo a provar que escrevi ameaças ao ministro Dias Toffoli ou ameacei seu irmão! Nunca produzi e distribui fake news contra o Supremo! Não sabia que o ministro tinha um irmão com síndrome de Down e muito menos escrevi algo sobre ele. Abaixo a ditadura!
Sou o investigado número um do teratológico inquérito aberto pelo STF. Qual o intuito, o objetivo, o sentido disso? Não sou líder formal de nada, não tenho mandato, sou um advogado longe dos grandes centros, pq isso comigo? Todos sabem de onde partiram as ameaças, as fake news ao STF e não fui eu que escrevi essas ameaças e essas fake news.
Vou lutar muito para a verdade prevalecer, aliás, já estou fazendo isso, não estou com medo, não estou me escondendo, vou continuar falando em alto e bom tom que sou inocente das acusações inverídicas contra mim, a luta pode ser até desproporcional, mas tenho o maior dos argumentos, a minha inocência. Quem luta com a razão vence qualquer um!”