O cinema sempre foi um condutor de grandes histórias. Essa ferramenta de divulgação já apresentou casos reais que emocionam e inspiram. 

Dessa vez pude conhecer um jovem especial. Dedicado, sensível e curioso. Três virtudes que o ajudaram a transformar a vida de sua família e de muitas outras pessoas. Baseada numa fantástica historia real, "O Menino que Descobriu o Vento" (2019) é a nova produção da Netflix digna dos mais belos elogios.

Maxwell Simba é William Kamkwamba, jovem membro de uma família de agricultores que sofre com a fome que aflige todo seu vilarejo. Disposto a ajudar e inspirado pelos livros de ciência, William deseja construir uma turbina para captar a força do vento e a partir daí gerar eletricidade e bombear água para irrigar a terra para o plantio.

Dirigido e estrelado por Chiwetel Ejiofor ("12 Anos de Escravidão"), o longa é extremamente bem conduzido e o roteiro, pontuado pelas fases da natureza que marcavam o vilarejo, desenvolve o enredo sem estilizar a pobreza. 
O elenco transpira verdade em cada cena e o núcleo da família Kamkwamba, formado pelos atores  Aissa Maiga e Lily Banda, que interpretam a mãe e irmã do protagonista, além de Ejiofor, o pai, e Simba, merecem figurar nas premiações do próximo ano. 

Como falei, aqui as dificuldades não são poetizadas ou estilizadas. É um cinema que nos sopra uma triste realidade que às vezes esquecemos que existe. A criança que quer estudar, a família que quer plantar e o povo que quer comer. Livro, água, comida. Matar a sede, alimentar o corpo, fortalecer o espírito. Coisas simples que nem sempre têm caminhos fáceis, por mais ilógico que possa soar.
Mas em momentos difíceis, pessoas especiais podem surgir com ideias, planos e vontades, se negando a desistir frente aos obstáculos. Pensamos, trabalhamos e nos descobrimos tentando achar soluções.  Por isso, o jovem William descobriu muito mais que o vento...

9.5

*Disponível na Netflix

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