Titanic: Supervalorizado ou um novo clássico?

20/03/2019 11:25 - Resenha100Nota
Por Bruno Omena
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Em 1997 chegava aos cinemas "Titanic", filme dirigido por James Cameron que retratava uma história de amor a bordo do famoso navio Titanic, que viria a naufragar em sua viagem inaugural.

Cameron, perfeccionista em suas produções, estudou profundamente  a história do naufrágio e ajudou, inclusive, a desenvolver câmeras que pudessem chegar até os destroços do navio no fundo do mar. Nesse sentido não há  questionamentos sobre o trabalho de pesquisa realizado pelo diretor para desenvolver seu projeto com o máximo de fidelidade. Não à toa, ainda é incrível visualizar a reconstrução do Titanic desde sua visão macro, até as minúcias das louças, ambientes internos e outros detalhes do design de produção.

Entretanto, boa parte das críticas dirigidas ao filme diz respeito ao romance que conduz a trama e se sobrepõe a questão histórica. Leonardo DiCaprio é Jack, jovem impetuoso que embarca no navio de última hora, sem dinheiro no bolso, mas com o sonho de conquistar o mundo. Lá ele encontra Rose (Kate Winslet), noiva de um figurão da alta classe e infeliz com a proximidade do casamento. Ao cogitar o suicídio, a moça conhece Jack e a partir daí surge um tórrido e improvável romance.

Analisando a escolha do elenco, nitidamente Kate Winslet aparentava ter mais idade que Leonardo DiCaprio, que na época ainda ostentava um semblante de garoto. Por isso vê-los de namorico soou pouco crível. Particularmente, acho que o ator foi mal escalado, apesar de seu carisma e talento. O vilão interpretado por Billy Zane, apesar de afetado e caricato,  nunca me incomodou. 

O roteiro demora a sair do romance, mas quando o filme chega ao seu momento derradeiro, Cameron soube dar a urgência necessária e a partir do choque do navio com o iceberg temos uma sequência poderosa de eventos que ainda impressiona.
O final trágico fez muita gente chorar e perguntar se o casal realmente não cabia naquela tábua que salvou Kate, rsss.

Até hoje nunca vi tamanha comoção para ver um filme. As filas quilométricas para comprar ingressos e as salas cheias fizeram "Titanic" quebrar recordes de bilheteria. Não vou nem mencionar a música tema para evitar que você  fique com a voz de Celine Dion na cabeça novamente.

Entretanto, mesmo diante de tanto apelo popular e do reconhecimento da crítica na época, hoje é comum encontrar quem se refira a película como uma obra superestimada.

Além da queixa pelo enfoque político-social apenas como pano de fundo para a história de "Romeu e Julieta" de Jack e Rose, há também o reclame pelo suposto exagero de prêmios que o filme levou na premiação do Oscar em 1998. Titanic foi indicado a 14 estatuetas e levou 11, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor.

Bem, eu continuo achando "Titanic" um grande trabalho de James Cameron que marcou a história do cinema pelos números, pela qualidade técnica e pelo impacto causado junto ao público.

E você, o que acha?

Titanic: Supervalorizado ou um novo clássico? 

Minha nota: 9.0

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