Mariinha,  uma pernambucana da cidade de Correntes  foi minha companheira mais inspiradora. Tinha uma sensibilidade cristalina que encantava o silêncio e me motivava para ouvir os barulhos da vida.

Mariinha, minha avó,  foi a pessoa que  me criou e sei que mais me amou nesse mundo. Teve 7 filhos e me criou. Oxigenava os caminhos com o ar  que transcendia tantas essências. E a mais forte era do  amor.

Mariinha me ensinou a  estridência da alegria à base de superlativos.

Uma senhora dona dos  adjetivos acolhedores e agregadores.

Uma artista primorosa que colhia a natureza e a imortalizava em quadros tão lindos.

Participava do clube da terceira idade do Sesc, em Maceió,Alagoas. Gostava de samba e  amava viver

Minha avó tinha uma conversa franca, uma memória primorosa e hoje aos 95 anos e com Alzheimer ,que anestesia suas lembranças, tenho medo que ela esqueça dessa pessoa extraordinária que plantou a vida dentro de mim e fez ser quem eu sou.

Tenho medo que minha avó esqueça dela mesma. Uma pessoa extraordinária-diz sua neta Erika Cortez.