Assistir o clássico "A Felicidade Não Se Compra" pode ser o melhor presente desse Natal

24/12/2018 11:26 - Resenha100Nota
Por Bruno Omena
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Está chegando o Natal e o fim de mais um ano. Época de repensar a vida, os projetos, os sonhos, e de ver, ou rever, o clássico de Frank Capra "A Felicidade Não Se Compra"(1946). No meu caso, sigo a tradição particular de revisitar anualmente essa grande obra, que figura tranquilamente no topo da minha cinefilia.

Nesse filme, muito associado ao período natalino, conhecemos a história de George Bailey (James Stewart), que, em um ato de desespero tenta o suicídio, pois acredita que a vida das pessoas teria sido melhor se ele nunca tivesse existido. Após ouvir várias preces, Deus envia o anjo Clarence (Henry Travers) para interceder e mostrá-lo como é importante.

O diretor Frank Capra entregou para o cinema, talvez, o filme mais bonito de todos os tempos. Nos primeiros minutos de projeção, passeando pelas ruas da pequena cidade de Bedford Falls, ouvimos as preces sinceras daqueles que pedem proteção ao atormentado George. Já tememos pelo protagonista sem ao menos saber seu rosto. Simplesmente porque as vozes que suplicam conseguem transmitir uma preocupação genuína. 

A estrutura narrativa da trama faz uma retrospectiva, a partir de flashbacks, da vida George para que possamos compreeender como ele tocou o destinos de tantas pessoas naquela pequena cidade, sempre à sombra do ganancioso Sr. Potter (Lionel Barrymore).

Bailey, que sempre sonhou em explorar o mundo, projetar prédios e cidades, e viver uma vida de emoções, viu seus planos de pegar a estrada serem adiados repetidas vezes em prol da família e dos amigos. Nessa luta diária pelo bem comum, várias foram as oportunidades para que George seguisse o rumo de seus sonhos, mas seu caráter altruísta sempre definiu seus passos. Entretanto, as grandes jornadas precisam de grandes companhias e Mary (Donna Reed), desde sempre foi a parceira ideal de viagem. Capra, que tem como um dos grandes méritos de sua carreira a escolha perfeita de seus elencos, fez da apaixonada Mary uma grande mulher, de gestos nobres que simboliza a essência da cumplicidade e companheirismo. Outro destaque, sem dúvida alguma, é o carismático trabalho de James Stewart e sua interpretação carregada de vigor. O famoso ator vai do jovem idealista, ao adulto preocupado com os rumos da cidade. Por ele torcemos e com ele choramos e sorrimos.

Mais do que uma fábula de Natal, o filme de Capra é uma ode a fé no homem. Por vezes, abdicamos dos próprios sonhos em detrimento de um bem maior e quando a realidade se apresenta diferente do futuro idealizado questionamos o caminho tomado e a própria felicidade. Mas acredito que a jornada e as marcas que deixamos nas pessoas, falarão por nós. Por isso, nos momentos difíceis, em que as dúvidas colocam em xeque os êxitos que colecionamos na vida, devemos lembrar que "nenhum homem é um fracasso quando tem amigos." E quando fazemos o bem, mesmo nesses momentos de dúvidas, haverá alguém tocando o sino da fé. Afinal de contas, "Toda vez que toca um sino, é sinal de que um anjo ganhou suas asas."

Feliz Natal!

10.0

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