Diretor James Wan se inspira na obra de Júlio Verne e mergulha fundo na aventura do herói "Aquaman"

14/12/2018 15:46 - Resenha100Nota
Por Bruno Omena
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Após o malfadado filme da "Liga da Justiça"(2017), estreia nos cinemas "Aquaman" (2018), que carrega consigo a missão de devolver credibilidade ao universo de heróis da DC Comics nos cinemas. James Wan, diretor da franquia "Invocação do Mal", assina o filme e responde por seus erros e acertos.

A trama nos leva até o conflito para unificar os reinos aquáticos e iniciar a guerra para com o mundo dos homens, sob o comando do vilão Orm (Patrck Wilson), irmão do Aquaman (Jason Momoa). Diante desse perigo eminente, o herói precisa intervir e reinvindicar o posto de rei para selar a paz.

Os "filmes de origem" costumam enfrentar os obstáculos de estabelecer a mitologia, apresentar as peças do jogo e situar a trama para espectador de maneira fluida. A tarefa não é fácil e pode gerar um início truncado, como podemos ver em "Aquaman". O primeiro ato do longa parece um tour guiado por um grande parque aquático, onde um personagem vai nos mostrando conceitos e repassando histórias. Os pais do herói, a o auge e queda de Atlântida, o treinamento do jovem Arthur, a lenda do tridente. São váriias informações que recheiam e bombardeiam o público no terço inicial do filme.
Após superar a fase das apresentações, Wan oscila no desenvolvimento do segundo ato. Entre belas cenas no fundo mar e uma sequência alucinante de perseguição na superfície, que infelizmente foi mostrada quase integralmente nos trailers, o diretor fez escolhas duvidosas ao flertar com vários gêneros do cinema. Das comédias românticas, no "bom" estilo Adam Sandler, às aventuras de matinê. Nitidamente o diretor buscou referências nas obras de Júlio Verne como "Viagem ao Centro da Terra" e "20 Mil léguas Submarinas", mas ao tentar misturar muitos elementos, é normal que nem sempre a produção acerte o tom. Em vários momentos a trilha sonora também soava deslocada da imagem em tela.
Mas, tal como seu protagonista, o filme encontra sua redenção na reta final.
Empolgante, o terceiro ato é bem orquestrado e finalmente mostra a grandeza do rei dos mares. 
O clímax do longa, de longe, é um dos melhores já vistos no gênero dos super heróis no cinema e Momoa, claramente se divertindo com o personagem, acerta quando surge imponente vestindo o uniforme clássico.
Visualmente o filme rende belas cenas de Atlântida e seus reinos. Wan tem uma câmera ágil que acompanha as ações de ângulos diferentes e geram ótimas sequências.

"Aquaman" ,está longe da perfeição, mas sem dúvida alguma, funciona como entretenimento, atinge seu propósito de divertir e inegavelmente é um filme honesto.

7.5

*Em cartaz nos cinemas Cinesystem

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