Fábula do menino lobo ganha versão mais sombria produzida pela Netflix - "Mogli: Entre Dois Mundos"

12/12/2018 11:20 - Resenha100Nota
Por Bruno Omena
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A fábula do menino criado por lobos e outros animais na selva volta em grande estilo com "Mogli - Entre dois Mundos" (2018), após a versão do diretor Jon Favreu, em live action de 2016 ("Mogli - O Menino Lobo").

Dessa vez a Netflix bancou o projeto capitaneado pelo ator Andy Serkis, famoso por revolucionar a captura de movimentos, em filmes como "O Senhor dos Anéis" (Golum) e na nova trilogia de "O Planeta dos Macacos" (César). Além de coordenar todo trabalho técnico do longa, Serkis assumiu a cadeira de diretor e reuniu um elenco de peso para dar voz e alma aos personagens. Christian Bale, Benedict Cumberbatch e Cate Blanchett são os nomes mais conhecidos, mas não há como não destacar a atuação visceral do pequeno Rohan Chand.
A trama nos leva até a selva indiana e o dilema da incorporação do jovem humano na alcatéia em recorrente conflito com o maléfico tigre Khan (Cumberbatch). Mogli luta para fazer parte do grupo e ser tratado tal como os lobos, por isso não entende o que o faz tão diferente. Enquanto isso, a pantera Bagheera (Bale) e o urso Baloo (Serkis) tentam proteger o menino dos perigos da selva, mas após ser expulsos pelos lobos, Mogli passa a viver na aldeia próxima a floresta e a observar os novos costumes.
Tecnivamente a produção não é perfeita e oscila entre momentos em que a captação de movimentos é bem executada, e outros em que os efeitos especiais soam demasiadamente artificiais, nos tirando um pouco a credibilidade daquele mundo. 
O roteiro do filme é assumidamente sombrio e corajoso, ao fugir do tom leve das animações da Disney, e há cenas bem fortes para o público infantil. Mogli grita, chora, sangra e não teme a luta. Sofremos as perdas e vibramos com o ímpeto do garoto. No discurso sobre diferenças e aceitação, fica a mensagem que não precisamos ser iguais para termos um lugar ao sol e sermos respeitados. É preciso valorizar aqueles que não refletem necessariamente a nossa imagem, pois cada um tem habilidades que o tona especial. 
Então, sinta-se em casa em qualquer lugar onde a semelhança vem dos sentimentos.

8.5

*Disponível na Netflix

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