Fantasia e política se misturam na aventura "Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald"

19/11/2018 15:41 - Resenha100Nota
Por Bruno Omena
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O universo mágico criado pela escritora J. K. Rowling realmente parece infindável. Após concluir a saga do pequeno bruxo Harry Potter e deixar órfãos os fãs da série, "Animais Fantásticos" resgata a fantasia e volta ao passado para nos contar histórias que antecedem a saga do garoto predestinado, de óculos de grau e raio na testa.

"Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald" (2018) é a sequência direta dos eventos ocorridos em "Animais Fantásticos e Onde Habitam" (2016). Dessa vez, o terrível Grindelwald (Johnny Depp) coloca em prática o plano de angariar seguidores e atrair o jovem Creedence (Ezra Miller) para os seus domínios. Enquanto isso Dumbledore (Jude Law) encarrega Newt (Eddie Redmayne) de encontrar o instável Credence, antes que ele seja recrutado por Grindelwald ou assassinado pelo Ministério da Magia de Londres.

Mesmo sem ser um profundo conhecedor da franquia, me diverti bastante em pouco mais de duas horas de duração do longa. O ritmo é intenso e sempre tem algo acontecendo, que nos deixa apreensivos ou curiosos. Visualmente o filme não deixa a desejar, os efeitos são competentes e torna crível aquele ambiente fantástico.
Johnny Depp tem mais tempo de tela e pode a acrescentar mais um tipo a sua carreira multifacetada. Seu vilão é astuto e ameaçador na medida certa, passando longe dos exageros que poderiam fazê-lo mais caricato do que o necessário.
Redmayne, sempre com o mesmo semblante, que flutua entre o tímido e desajeitado, parece mais a vontade no papel do herói improvável, mas talvez o maior destaque da produção seja a presença de Alvo Dumbledore.
A versão mais jovem do célebre professor foi comemorada desde que anunciada sua participação nos novos filmes. Cada cena de Jude Law interpretando o personagem foi um deleite para os fãs, que mal continham a euforia dentro do cinema, na sessão que estive.
Esse na verdade é um grande trunfo de "Animais Fantásticos". Misturar referências familiares aos milhares de seguidores de Harry Potter, e tramas bem trabalhadas, que abram novos enigmas para então conecta-los novamente no futuro. Rowling, que trabalhou no roteiro do filme, também tratou de inserir questionamentos políticos de fácil associação com o mundo real, indo além da simples fantasia.
"Os Crimes de Grindelwald" foi uma viagem de montanha russa ainda não tão arriscada, mas de jornada ascendente. A brincadeira ainda não terminou e acredito que ainda iremos subir.

8.0

*Nos cinemas

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