Michael Myers volta (mais uma vez) para assombrar Jamie Lee Curtis, no novo capítulo da franquia "Halloween"

31/10/2018 12:02 - Resenha100Nota
Por Bruno Omena

Seguindo a tendência de ressuscitar as velhas franquias de terror, Michael Myers volta aos cinemas em "Halloween", continuação direta dos eventos ocorridos no filme original de 1978. Quarenta anos após a chacina do mascarado, a única sobrevivente, Laurie (Jammie Lee Curtis), se transformou em uma espécie de Lara Connor (de "Exterminador do Futuro 2) da terceira idade, atormentada pelas lembranças e com problemas de relacionamento com a família. Nesse período, o serial killer esteve recluso em um manicômio judicial, mas, ao ser transferido para outra instituição, consegue fugir para aterrorizar a noite de halloween.

Iniciada no fim da década de setenta pelas mãos do diretor John Carpenter, "Halloween" fez grande sucesso e até hoje é considerado o melhor exemplar do sub-gênero Slasher. Os filmes Slasher são marcados por psicopatas desconhecidos, geralmente escondidos atrás de uma máscara, que deixam um rastro de vítimas aleatórias em produções de baixo orçamento. 
Nos últimos anos, outras cinesséries dos anos 80 tentaram ganhar fôlego e conquistar o novo público, mas os remakes de "Sexta-feira 13" (2009) e "A Hora do Pesadelo" (2010) fracassaram na missão. Tomando o mesmo caminho pouco criativo, "Halloween" teve sequências irrelevantes, reféns das sombras de Carpenter, Jamie Lee Curtis e da trilha sonora que virou símbolo da ameaça de Myers. Muito pouco para manter o interesse do espectador.
Apesar do alarde midiático, esse novo capítulo mais uma vez peca por um roteiro que tem mais furos que as vítimas do assassino. Personagens inúteis passeiam pelo longa tomando espaço da narrativa que poderia ser melhor desenvolvida, e suas ações jogam pela janela qualquer traço de verossimilhança para a história. 
Lee Curtis, que já foi considerada a rainha do grito pela sua interpretação no filme original, se esforça para dar credibilidade a um papel que se contradiz a todo instante. Sua personagem passou décadas se preparando para confrontar o irmão psicopata, e juntou um arsenal de armas de fogo, entretanto, perde o inimigo de vista várias vezes para se esconder de Myers, que só porta uma faca e anda calmamente.
Boa vontade tem limite.
Provavelmente, ainda veremos a franquia nos cinemas, mas o cheiro da nostalgia está desaparecendo.

3.5

*Nos cinemas

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