Quincy Jones pode ser considerado facilmente uma das grandes lendas da música americana. Talentoso arranjador e produtor musical, Quincy firmou parcerias de sucesso com gente do calibre de Frank Sinatra, Ray Charles, Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald e Michael Jackson. A dobradinha com o "Rei do Pop" rendeu o álbum mais vendido da história "Thriller" e alçou a carreira do jovem Michael para outro patamar.

Com contribuições inestimáveis não apenas para a música e cultura, "Q" também se engajou em questões políticas e sociais, abrindo portas que estiveram fechadas por muito tempo.
O documentário "Quincy" (2018) faz uma bela retrospectiva de sua vida pessoal e da carreira intercalando imagens de arquivos e depoimentos do próprio Quincy e de pessoas que estiveram intimamente ligadas a ele.
Vindo de uma família humilde, o jovem Quincy sobreviveu na América racista e segregadora da época e lutou pelo seu espaço entre os grandes músicos. O reconhecimento inevitável veio de todas as partes. Colegas de profissão, público e crítica especializada se renderam ao talento de Jones. Não à toa, ele faz parte do seleto grupo de profissionais a ter em sua coleção os prêmios do Oscar, Grammy, Emmy e Tony. Sua paixão pelo trabalho é evidenciada durante a projeção e isso custou um pouco de sua saúde e de seus relacionamentos.
Algumas palavras proferidas pelo produtor nos ajudam a ter certa noção do homem diferenciado que agarrou as rédeas do destino e fez sua trajetória de sucesso.
Em um momento de reflexão, após um difícil período no hospital, Quincy conclui que não há nada melhor para desejar do que uma vida longa cheia de amor para compartilhar, saúde para sobrar e amigos para cuidar, pois isso é o que realmente importa.
O velho Quincy realmente sabe das coisas...

9.0

*Disponível na Netflix