Com a alta no preço dos combustíveis, muitos consumidores preferiram mudar a forma de pagamento pelo serviço ou utilizar outros meios para se locomover. Os revendedores também sentem o peso da mudança no valor da gasolina, que interfere diretamente na margem de lucro para o mercado.

Mas o peso maior tem ficado com a população, que vem sentido a diminuição do seu poder de manutenção de itens básicos para o dia a dia a cada reajuste promovido pelo Governo Federal.

O Estado de Alagoas possui ICMS de 29%, o que tem servido de reflexo constante no comportamento de mudança.

A economista Luciana Caetano explicou como o preço dos combustíveis interferem diretamente no funcionamento da sociedade, de forma que o custo para o consumo do serviço tende a ser muito mais caro para quem possui um menor poder aquisitivo no Estado.

“Devido à crise de combustíveis que atinge o Brasil, Alagoas acaba sentindo o peso por ser um dos estados com a menor renda per capita do País. O combustível é um produto estratégico da economia como um todo. A inflação vem sendo manipulada evitando um impacto maior sobre o reajuste do salário mínimo que este ano foi de pouco mais de 2%. Isso quer dizer que não houve praticamente nenhum reajuste para o salário de 2019. Em Alagoas mais de 60% da população depende desse salário e por isso tem o poder aquisitivo muito baixo que interfere diretamente na execução do mercado de combustíveis ”.

A economista ainda afirmou que o Governo Federal está mais preocupado com o capital privado e com as grandes corporações que não percebem que estão comprometendo o País.

“Essa crise poderia ser evitada se o governo federal tratasse o combustível como um produto estratégico para o desenvolvimento do país e para o controle da inflação, isso não vem acontecendo desde 2016. Com a mudança do governo passaram a existir dois movimentos em relação à Petrobrás. O primeiro é uma aceleração do processo de privatização com a venda de partes do pré-sal e o segundo é a mudança dos critérios de reajuste de preço que está hoje vinculado à variação de taxa de cambio e a variação do preço do barril de petróleo no mercado internacional”.

 Outro fator exorbitante para esse momento econômico foi o reajuste anunciado pela Petrobrás na última terça-feira (4) que foi considerado o maior desde junho de 2017.

Durante o processo que levou a greve dos Caminhoneiros em todo Brasil em maio deste ano, o Governo considerou que os aumentos no preço da gasolina ficassem congelado por três meses em decorrência do acordo feito pela classe. No entanto após esse prazo o reajuste deixou o preço da gasolina nas refinarias 1,68% mais caro passando de R$ 1,1704 para R$2,2069.