Confesso que estava ansioso pela estreia dessa série por três motivos: HBO, Gillian Flynn e Amy Adams.
A HBO não costuma errar em suas produções e sempre capricha em suas séries, entregando, via de regra, um produto de qualidade.
Dessa vez a aposta foi na obra "Sharp Objects" ("Objetos Cortantes"), da escritora Gillian Flynn, responsável pelos livros "Garota Exemplar" e "Lugares Escuros", que receberam adaptação para o cinema.
Encabeçando o projeto, Amy Adams embarca nesse pesado thriller de suspense. A ruiva ganhou definitivamente meu respeito com seus recentes trabalhos em "A Chegada" (2016) e "Animais Noturnos" (2016). 
O primeiro episódio da série se preocupa em estabelecer algumas características da protagonista, como o uso mais que habitual das bebidas alcoólicas, e seu desconforto em ter que voltar a cidade natal, a pedido do editor do jornal onde trabalha, para investigar o desaparecimento e assassinato de algumas jovens.
Intercalando flashbacks, a narrativa nos aguça a curiosidade sobre o passado de Camille (Adams) e o motivo de ter sido enviada para cobrir aquela investigação.

Após os oito episódios que fecham a série, "Sharp Objects" acerta quando aposta no drama familiar e na relação disfuncional entre Camille e a mãe, mas derrapa quando se envereda pelo suspense. O crime ocorrido na pequena cidade de Wind Gap funciona apenas como uma cortina de fumaça, que pouco contribui para história.
Muitos elementos distribuídos homeopaticamente durante os episódios ficam soltos e sob a responsabilidade do espectador, que precisa juntar as peças e formular teorias.
O plot twist, entregue aos 45 minutos do segundo tempo, é forte, mas fica a sensação que veio tarde demais para impactar a audiência.
Amy, visivelmente entregue a personagem, protagoniza cenas intensas com Patricia Clarkson, que interpreta a matriarca, porém o restante do elenco não impressiona.
Com isso, posso dizer que "Sharp Objects" é uma boa série, mas aquém da qualidade dos envolvidos no projeto. É um corte superficial que não deixará cicatrizes para nos fazer lembrar.

7.5