Apesar de alguns setores da economia estarem começando a dar sinais de recuperação, os dados dos últimos quatro anos não são muito animadores. Em Alagoas, nos últimos 18 meses, 263 estabelecimentos encerraram suas atividades.
Informações da assessoria de Comunicação da Federação do Comércio do Estado de Alagoas apontam que em pleno período em que se fala na retomada a economia, um número assusta: entre 2015 e 2017, 226.722 lojas foram fechadas por todo o País. Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A falta de confiança na economia acaba por colocar, a passos lentos, o reaquecimento do Comércio. Fato até compreensível, afinal, nos últimos três anos, a economia brasileira vem sofrendo com a recessão das atividades produtivas.
Apenas em 2017 e no primeiro semestre de 2018 foram encerradas, no Brasil, 13.593 empresas. O cenário aponta que, entre as cinco regiões do país, o Sudeste é a que mais sente os efeitos da crise, seguido pelo Nordeste e, logo após, pela região Norte.
Felippe Rocha, assessor econômico da Federação do Comércio do Estado de Alagoas, entidade filiada à CNC, explica que, antes da crise, o crescimento do nordeste acompanhou a média nacional. “O Nordeste vinha crescendo no mesmo ritmo da economia brasileira. Mas em 2014, quando o país sentiu a crise, o Nordeste sentiu ainda mais o desaquecimento da atividade produtiva, tanto que as taxas de desemprego na região foram superiores à Nacional. Da mesma forma, a redução da atividade também foi mais sensível do que a nacional”, avalia, o que reforça o motivo pelo qual o Nordeste é a segunda região com o maior número de empresas fechadas nos últimos 18 meses.
Para Rocha, a economia nordestina acompanha a dinâmica nacional. “Em 2016, a maior parte das consultorias econômicas nacional apontaram para o decréscimo de 1% da atividade econômica. Alagoas, em 2017, apontou um crescimento de até 3% na atividade produtiva. Contudo, desse crescimento, o único responsável foi a agropecuária. A indústria e o Comércio decresceram, refletindo o porque o Estado fechou mais empresas do que abriu”, observa.
Dados
A região Sul foi a única que apresentou cenário positivo nesses últimos 18 meses, abrindo, em termos líquidos (abertura/fechamento), cerca de 161 empresas. O saldo negativo da região Sudeste é 3,24 vezes superior à região Nordeste do país.
Em relação ao Nordeste, o estado que mais fechou empresas foi o Ceará, seguido por Bahia e Pernambuco (como observado no quadro abaixo). Alagoas figura na quarta posição, tendo saldo negativo de 263 empresas nos últimos 18 meses. Sergipe, com uma economia muito parecida a nossa, encerrou apenas 72 lojas no mesmo período e, a Paraíba, apenas 65.
Em termos nacionais, o Estado que mais encerrou atividades empresariais em 2017 e no primeiro semestre de 2018 foi o Rio de Janeiro, a corrupção. “A violência, o Estado deficitário e com dificuldade de cumprir suas obrigações acabaram por diminuir o fluxo circular de renda e produto da região”, pondera o economista. Atrás do Rio vêm São Paulo, Pará, Ceará e Paraná. Os únicos três estados que apresentaram saldo positivo na abertura/encerramento de empresas foram Santa Catarina (+1.147), Minas Gerais (+323) e Mato Grosso (99). Alagoas, em nível nacional, figura na 12ª posição dentre os que apresentaram saldo negativo.
*Com assessoria