Na Romênia comunista, vários anônimos furam o bloqueio do governo, que censurava a comunicação e informação de todo o povo, através dos filmes e da magia que eles podiam proporcionar em tempos de opressão.
No documentário "Chuck Norris vs Comunismo" (2015), que mescla depoimentos e reconstituições, nos deparamos com histórias interessantes e absurdas, como a dubladora Irina Nistor que dava voz a todos os personagens nos filmes ou o órgão censor que cortava uma cena em que havia uma mesa farta, visto que seria um contraste com a realidade dos romenos. Tudo para manter a ordem social.
Numa época em que um vídeo cassete custava o preço de um carro novo, a fitas VHS eram contrabandeadas como cigarros e drogas, para abastecer aqueles que só queriam embarcar nas aventuras de Chuck Norris ou se divertir com "Dirty Dancing". Famílias e amigos reuniam-se em segredo em torno da televisão como trangressores do regime comunista de Nicolae Ceausescu.
É lamentável ver como um pensamento político tentou restringir o acesso à cultura a milhões de pessoas. Talvez os homens no poder soubessem que um filme não é apenas um filme. Nunca foi. O cinema inspira e pode mostrar que o mundo pode ser um lugar melhor.
10.0
*Disponível na Netflix