Apenas os desavisados ficaram surpresos com o anúncio da candidatura do senador Fernando Collor (PTC-AL) ao governo. Este ano escrevi uma série de textos sobre essa perspectiva: “Collor prepara anúncio sobre eleições em AL”; “Eleições 2018 e o estranho silêncio de Collor”; e, entre outras, “Partidos querem Collor e Biu na majoritária”.
Claro, a possibilidade da candidatura majoritária existia por conta de 2022, quando Renan Filho, se reeleito, poderá disputar a vaga de senador ocupada por Collor, mas faltavam algumas ‘circunstâncias’: partidos, grupo político, tempo de televisão, estrutura, enfim.
Há quem avalie que Collor foi precipitado ao antecipar 2022 para 2018 sem que seja sabido como todos estarão quando o futuro chegar. Por outro lado, a definição de um nome da oposição foi motivo de comemoração até de muitos aliados dos Calheiros. Dizem que agora serão melhores ‘compreendidos’.
Fernando Collor e os Calheiros até tentaram chegar a um entendimento. Mas as exigências feitas pelo senador eram, digamos, impraticáveis politicamente, exatamente propostas para que não fossem aceitas. Uma delas era a indicação do vice, que não seria Luciano Barbosa, personagem de extrema confiança dos Renans antes, agora e mais adiante.
Bom, pelo menos esta eleição, mesmo que haja uma goleada, vitória no primeiro turno, enfim, caminha pra ser um clássico que pode definir o futuro de muita gente. Renan é favorito, mas precisa ter cuidado com o que diz para não dar discurso ao experiente senador, que vai tocar na questão do excesso de poder dos Calheiros . Collor tem um teto de votos, mas se ultrapassá-lo pode criar problemas.
EM TEMPO:
1 - Biu de Lira agora tem um candidato a governador que efetivamente pode ajudá-lo, o que não tinha nem parecia que teria.
2 – Caso seja derrotado, Collor poderá se beneficiar porque terá uma radiografia do estado para 2022, além de estar massificando ainda mais o seu nome.
3 - O deputado estadual Isnaldo Bulhões, que é candidato a deputado federal com um forte apoio dos Calheiros e na lista dos mais votados, caso eleito poderá ter ao seu lado a sua mãe no Congresso Nacional. Para isso é preciso que Fernando Collor também vença a eleição. Renilde Bulhões é a primeira suplente do senador. Isnaldinho, no meio dessa dificuldade gerada sem sua participação, levou um, digamos, agradável xeque-mate da política.