Chloe (Marina Vatch)é uma jovem que sofre com dores no ventre de origem desconhecida, por isso decide procurar ajuda psicológica, mas, ao se relacionar com o terapeuta, ela passa a se interessar pelo seu irmão gêmeo, um profissional de métodos menos ortodoxos.
Dirigido por François Ozon ("Jovem e Bela"), "O Amante Duplo" (2017) é mais um bom thriller psicológico na filmografia do diretor.
Jogando com as noções de realidade dos personagens e do espectador, Ozon conta uma história de traumas e projeções, amparada pela interpretação hipnotizante de Marine Vacth ("Jovem e Bela"). A atriz tem presença em cena permeada entre a sensualidade e a fragilidade. Seu olhar me remete a famosa frase utilizada por Machado de Assis para descrever Capitu, em Dom Casmurro: "Olhos de cigana oblíqua e dissimulada".
Dividida pelos desejos e pela culpa, a protagonista anseia por descobrir o que se esconde sob a superfície da terra, do ventre ou do seu amante. Os espelhos, recorrentes no filme, são uma alegoria apropriada para abordar a perspectiva da personagem, porque mesmo que você mude o ângulo, o reflexo não é nada mais do que a projeção do seu olhar.
8.0










