"Missão Impossível: Protocolo Fantasma" (2011)

A quarta missão do agente Ethan Hunt nos cinemas assume o tom de matinê em uma aventura que tira o protagonista da solitária tarefa de salvar o mundo.

Seguindo a dança das cadeiras na função de diretor, Brad Bird ("Os Incríveis") assume o comando e torna "Missão Impossível: Protocolo Fantasma" um filme "família". Dessa vez, Hunt tem companhia constante para completar as missões, mesmo que o grupo de amigos esteja longe da perfeição que a profissão exige. Imperfeitos, mas complementares, os integrantes da equipe dividem a atenção com Ethan durante toda projeção.
Simon Pegg ("Todo Mundo Quase Morto"), que já havia aparecido rapidamente no filme anterior, é efetivado como alívio cômico e funciona bem, apesar da inexplicável presença nas ações de campo. Jeremy Renner ("Vingadores") esbanja toda sua falta de carisma em um personagem que ninguém se importa. Já Paula Patton ("Dose Dupla") tem boa presença, mas suas virtudes interpretativas não são extensas.
O vilão de Michael Nyqvist (da versão sueca de "O Homem que Não Amava as Mulheres") sofre pela opção do diretor de focar mais na dinâmica do grupo e menos na ameaça. Foi uma pena também a pequena participação da hipnotizante Léa Seydoux ("Azul é a Cor mais Quente"), que teve pouco tempo para desenvolver seu papel.

No geral, o filme agrada com boas sequências de ação, mas soa como uma diversão inofensiva e sem consequências. A missão impossível torna-se fácil quando não sentimos a adrenalina do perigo.

 

7.0

 

"Missão Impossível : Nação Secreta" (2015)

 

Após a dissolução do IMF, o departamento secreto de missões impossíveis do governo, pela CIA, o agente Ethan Hunt (Tom Cruise) passa a ser um foragido enquanto tenta acabar com o grupo terrorista intitulado “Sindicato”.

 

Se o filme anterior pecou em não trazer um oponente a altura do agente Hunt, podemos dizer que “Nação Secreta” não comete o mesmo erro.

Solomon Lane (Sean Harris), líder do “Sindicato”, grupo extremista composto por espiões dissidentes, tem a força necessária para rivalizar com Hunt, trazendo o senso de perigo e ameaça que todo bom vilão precisa carregar.
Rebecca Ferguson (da série “The White Queen”), que interpreta a agente infiltrada Ilsa Faust, eleva o nível do filme se consolidando como a melhor coadjuvante de toda franquia. Sua presença em tela rouba a atenção dos companheiros de cena e nos faz desejar mais tempo de sua personagem. Ela tem força, imponência e vigor, tanto nos momentos mais intensos, quanto naqueles de apelo dramático. A beleza da atriz é "apenas" um plus.
O diretor, Christopher McQuarrie (“Jack Reacher”), tem o grande mérito de conduzir o filme num ritmo constante, sem desafinar. A sequência que se desenvolve durante um espetáculo de ópera já está entre as melhores da cinessérie. 
Tom Cruise, mais um vez abraça o personagem e mostra que entre erros e acertos dos diretores que passaram pela função, ele invariavelmente acerta o tom (sem trocadilhos) do protagonista e está sempre disposto a aumentar os desafios.

Com uma trama bem amarrada e bons personagens, “Missão Impossível: Nação Secreta” transborda energia e nos presenteia com a agente Ilsa Faust, que certamente será vista nos próximos filmes. Ethan Hunt e o público agradecem.

 

8,5