O sexto filme da cinessérie "Missão Impossível" chegou aos cinemas e nada melhor do que fazer uma retrospectiva das histórias do agente secreto Ethan Hunt! Inicialmente vamos relembrar as três primeiras produçoes.

"Missão Impossível" (1996)

Sob o comando do diretor Brian De Palma, a primeira missão do agente secreto Ethan Hunt (Tom Cruise) nos cinemas foi completada com sucesso.

Com inegáveis influências do icônico James Bond, "Missão Impossível" adquire personalidade própria equilibrando os elementos de um bom thriller de espionagem.
Aqui não vemos trocas de tiros, perseguições de carro ou lutas corporais. A furtividade do agente Hunt e as reviravoltas da trama é que seguram a tensão mantendo o interesse do espectador do início ao fim. 
Tom Cruise faz jus a figura de astro do cinema, executa um grande trabalho e inicia uma franquia com a sua marca.
"Missão Impossível" ainda trouxe a inconfundível música tema criada por Adam Clayton e Larry Mullen Jr., membros da banda U2.

9.0
 

"Missão Impossível 2" (2000)

A sequência da franquia iniciada em 1996 dessa vez ficou sob a batuta do diretor John Woo ("Fervura Máxima") e com isso perdeu o equilíbrio do thriller de espionagem do filme anterior, para se assumir como um filme de ação frenética. Definitivamente, não foi uma boa troca.

"Missão Impossível 2" se perde nos exageros. O estilo do diretor é caricato e, por vezes, cafona, seja nos enquadramentos, na trilhas sonoras deslocadas, no desenvolvimento da trama, ou na personalidade dos personagens.

Ethan Hunt (Tom Cruise) sofre mais nas mãos de Woo do que pelas maldades do vilão da história. Quando dirigido por Brian de Palma, no filme de 1996, Hunt era um agente preocupado e obstinado com o mistério proposto e furtivo em suas ações. Dessa vez, vemos o agente secreto pouco discreto, se envolvendo em situações de risco ridicularmente desnecessárias e destilando um cinismo além do que o personagem pedia.

Os produtores também acharam conveniente introduzir um interesse romântico para o protagonista, que pouco acrescenta ao enredo.

Anthony Hopinks ("Hannibal") é sempre uma atração, mas é desperdiçado em um papel de nenhuma relevância. Já o grande antagonista de  "Missão Impossível 2", Dougray Scott, ficou mais famoso por ter perdido o papel de Wolverine na primeira aventura dos “X-Men” (2000) nos cinemas, do que interpretando o rival de Ethan Hunt. O atraso nas filmagens do longa, fez a "Fox" desistir de Scott e escolher o australiano Hugh Jackman para interpretar o mutante. O resto é história.

Repleto de explosões, tiros e acrobacias pouco críveis, “Missão Impossível 2” abusou da boa vontade do público e ficou marcado como o pior da franquia. No final das contas, a missão quase impossível foi rever essa aventura de Ethan Hunt!

5.0

"Missão Impossível 3"(2006)

Depois do desastre que foi “Missão Impossível 2” (2000), J.J. Abrams (“Lost”) foi contratado para colocar o trem de volta aos trilhos e devolver equilíbrio a franquia.

“Missão Impossível 3” começa bem ao nos mostrar um pouco da vida privada do agente Ethan Hunt (Tom Cruise) através do conhecido recurso do flashback, frequentemente adotado por Abrams. Com isso, voltamos a nos importar com o protagonista e fica estabelecida a conexão de Hunt com a esposa.

Na trama, o agente secreto precisa resgatar a agente Lindsey das mãos do perigoso Owen Davian (Philip Seymour Hoffman), mas essa tarefa é apenas o início de uma jornada que se tornará cada vez mais pessoal. O saudoso Hoffman se revela um ótimo vilão trazendo uma ameaça palpável para o protagonista.

Tom Cruise volta à boa forma e acerta o tom do personagem, que amadurece e deixa o cinismo de lado para focar nas missões, apesar dos evidentes vínculos afetivos de Hunt. Esse é mais um ponto que vai para a conta do diretor, que construiu uma boa história de ação sem exagerar nos absurdos recorrentes no gênero. O sentido de urgência é recorrente no filme, deixando o espectador apreensivo nas cenas que sobem os níveis de adrenalina.

Ainda prefiro a atmosfera noir do primeiro capítulo da franquia, orquestrado por Brian de Palma, mas é inegável que “Missão Impossível 3” é uma ótima diversão.

8.5