No futebol, a lembrança do Rei dos gramados assombra os talentosos jogadores que surgem a cada década. Pelé tem três Copas no currículo e ostenta mais de mil gols, por isso, tem seu lugar cativo no topo da pirâmide. Podemos traçar um paralelo com os filmes de terror.
"O Exorcista" é quase uma unanimidade entre os aficionados como o melhor filme de terror já produzido. As cenas permanecem aterrorizando o imaginário popular há anos. A interpretação de Linda Blair como a jovem Reagan, possuída pelo espírito demoníaco Pazuzu, ainda é referência de medo para o cinema.
Por isso, boa parte dos lançamentos do gênero que adota uma proposta mais séria, mesclando assombrações e famílias em perigo, surge sob a expectativa de ser o sucessor do clássico de William Peter Blatty (autor de "O Exorcista").
Assim acontece com "Hereditário", filme protagonizado pela ótima Toni Collette ("O Sexto Sentido"), que apresenta as tragédias pessoais da família Graham, envolvida em mistérios que confundem o espectador sobre a origem patológica ou sobrenatural dos fenômenos.
O filme acerta no primeiro terço de exibição ao estabelecer o sofrimento dos personagens e a conexão com o público. Gabriel Byrne ( da série "Vikings")é quem parece deslocado em atuação insossa. No segundo terço o roteiro fica indeciso entre preparar para os eventos finais e esconder o desfecho da trama.
Já o final de "Hereditário" sobe o tom deixando de lado as insinuações em prol do terror explícito, que pode incomodar alguns.
As cenas são fortes e assustam, mas o rumo da história não agradará a todos.
Apesar de nos remeter a grandes filmes como "O bebê de Rosemary" e "O Homem de Palha", "Hereditário" não é o novo "O Exorcista" e nem precisa ser.
Não fez mil gols, mas venceu a partida!
8.5










